Higor se desdobra entre a corretora e a quadra
O corretor de seguros pega o rebote e passa para o estudante de nutrição. A jogada é cantada. O analista de exportação aérea faz o corta-luz para o professor de Educação Física, que recebe e encontra o consultor em gestão de risco embaixo da cesta para anotar mais dois pontos. A descrição é de um ataque do Niterói Basquete. Na equipe, ninguém vive apenas da modalidade esportiva.
É o caso, por exemplo, de Higor Lima, 24 anos, que até pouco tempo atrás acreditava que poderia viver apenas do esporte. Com passagem por Limeira, Sport e Botafogo, o ala voltou ao basquete para ajudar no projeto do amigo Thiago Brani. Além dos arremessos, é um dos sócios na Rioport Corretora de Seguros. “Desde o começo, já estava acordado que não teríamos salário. E isso nem seria minha pretensão. Hoje não tenho mais vontade de ter o basquete como fonte de renda. Fico feliz em ajudar no projeto do Niterói Basquete, principalmente por ser do Thiago, que é um amigo de infância, e do Mingau (técnico do time). Me estabilizei em outro mercado.”
Para Higor, que teve chance de enfrentar Deryk Ramos, do Flamengo, com quem fez uma forte amizade em Limeira, não é esforço conciliar sua rotina de trabalho com o basquete. “Tenho alguns treinos em horários em que deveria estar trabalhando, mas, com organização, que é uma coisa que prezo na corretora, conseguimos resolver.”
Ele detalha sua volta às quadras. “Sempre fui muito apaixonado pelo basquete. Então é sempre mais fácil voltar, ainda mais com um projeto bacana, com muitos amigos, isso facilitou bastante o meu retorno.”
Higor confia no projeto. Para ele, chegar à elite é um sonho possível. “O comprometimento é tão grande, dos atletas e dirigentes, que tudo acontece mais rápido. Até patrocinadores que não esperávamos, conseguimos. Pelo tamanho da cidade e pelo comprometimento, é uma realidade próxima.”