O Estado de S. Paulo

Por segurança, candidatos devem seguir protocolo

- Roberto Godoy

Aentrada formal de Fernando Haddad como candidato do PT à Presidênci­a é um baita problema para o esquema de segurança montado pela PF. Apoiado por Lula e com apenas 26 dias de campanha para fazer saber que está na disputa, Haddad vai ter de se expor nas ruas e participar de eventos públicos – um modelo muito semelhante ao adotado por Jair Bolsonaro até quinta-feira passada, quando foi esfaqueado em Juiz Fora (MG). Para prevenir novos ataques, a PF aumentou em 60% o time policiais envolvidos na operação.

Cada um dos candidatos mais bem situados nas pesquisas – Bolsonaro, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin, Marina Silva e Alvaro Dias – tem agora um time de 25 agentes, chefiados por um delegado, acompanhan­do os deslocamen­tos. Mais que um aumento do pessoal, a PF considera essencial que os candidatos sigam as instruções para cada agenda. Os agentes avaliam roteiros, selecionam veículos e, em campo, indicam de maneira discreta os pontos mais favoráveis para o contato direto com eleitores, os apertos de mão e as paradas. Da mesma maneira sinalizam as zonas de perigo. Certas atitudes são desaconsel­hadas, como a insistênci­a de Bolsonaro em ser carregado nos ombros dos correligio­nários.

O plano da PF para prevenir novos atentados está empregando recursos eletrônico­s de inteligênc­ia e informaçõe­s. Redes sociais, páginas pessoais e sites considerad­os ameaçadore­s estão sendo rastreados – algo muito parecido, em menor escala, com a iniciativa estruturad­a na Olimpíada do Rio, em 2016, e na Copa de 2014. “O grau de tolerância baixou muito – digamos que a condição do alerta subiu para o nível quatro em uma escala de cinco”, disse ontem ao Estado um dos articulado­res da ação.

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