‘Temos de ampliar a sensação de segurança’
Candidato do PSDB ao governo de São Paulo, João Doria fala em criar novos batalhões com ‘padrão Rota’
Em sua segunda disputa eleitoral em dois anos, o candidato tucano ao governo do Estado, João Doria, diz que pretende ampliar a rede de hospitais no interior e criar batalhões da Rota para aumentar a sensação de segurança. Questionado, não detalha quanto cada ação vai custar. Em compensação, já avisa: não vai congelar a tarifa do metrô. A seguir os principais trecho da entrevista:
• Na última eleição, o sr. prometeu e congelou a tarifa do ônibus em São Paulo. Fará o mesmo com o metrô, se for eleito?
Não, a circunstância agora é diferente. Naquele momento o Brasil vivia uma profunda recessão, uma ascensão gigantesca do desemprego, condições inadequadas para qualquer aumento de tarifa. Hoje, ainda que nós tenhamos uma situação de desemprego elevado, o País já tem taxas de crescimento e pode, gradualmente, apostar na evolução econômica.
• Na saúde, promete criar hospitais essenciais. O que é isso? Terão tudo o que é essencial para o cidadão, como capacidade de internação, especialidades médicas e cirurgias resolutivas, de baixa e média complexidades. Faremos isso com pequenas reformas e mais viáveis para capilarizar melhor o sistema de saúde das prefeituras.
• Quanto vai custar?
Isso vamos avaliar assim que assumirmos. Temos de verificar quais as cidades do Estado onde os imóveis permitirão esse tipo de intervenção. As que tiverem serão coparticipantes.
• O sr. promete aumentar batalhões da Rota pelo interior, mas não tem falado em aumentar salários, a grande demanda das polícias em relação ao PSDB. Vai fazer isso?
Sim, vamos melhorar as condições salariais das polícias gradualmente, sem romper o equilíbrio fiscal do Estado. Temos de ampliar a sensação de segurança das pessoas e isso é polícia na rua. Por isso, defini com muita clareza que as polícias Civil e Militar serão valorizadas e vão para a rua. Vamos colocar bases comunitárias nas principais cidades e os Baeps (batalhões de ações especiais), com 300 policiais militares cada e padrão Rota de treinamento. Segurança pública será prioridade. Polícia na rua e bandidos na cadeia.
• Dará aumento para todo o funcionalismo, como professores? Vamos por partes, corrigir onde há necessidade. No caso dos professores, vamos trabalhar a meritocracia, com pagamento de bônus em dinheiro.
• Já existe isso.
Vamos melhorar. Acho uma atitude correta.
• Pesquisa Ibope/Estado/TV Globo mostra que o sr. foi ultrapassado, pela primeira vez, por Paulo Skaf (MDB) dentro da margem de erro. Isso muda alguma coisa na sua campanha?
Não muda nada. Em São Paulo, a população não quer o vermelho, o candidato de esquerda. Essa é a grande constatação. O aspecto bom da pesquisa é que a nossa rejeição diminuiu, sinal de que o horário eleitoral, neste sentido, está funcionando para dar uma demonstração às pessoas que nós não fugimos da Prefeitura.
• O sr. não cumpriu sua palavra de ficar quatro anos na Prefeitura. Como fazer o eleitor acreditar de novo no sr.?
É compreensível que as pessoas tenham ficado chateadas. Mas isso é pelo bem, desejavam que eu continuasse fazendo um bom trabalho. Quando você gosta de alguém você não quer que essa pessoa se afaste. Esse é o sentimento que, gradualmente, tem diminuído.
• O sr. vive uma situação diferente de 2016, quando começou em baixa. Agora lidera, mas não consegue se descolar.
Liderar pesquisa é mais difícil do que avançar de baixo. Manter posição é muito mais difícil e o País não é o mesmo, essa campanha é mais difícil. Mas estou absolutamente tranquilo. Venceremos essa eleição.
• As pesquisas indicam que, em São Paulo, parte do eleitorado que vota no sr. vota no candidato Jair Bolsonaro (PSL). O que vocês têm em comum? Pergunte ao eleitor.
• Estamos perguntando ao sr. Ele é candidato e eu também.
• E, em relação ao presidenciável de seu partido, o ex-governador Geraldo Alckmin?
Ele é o presidente do meu partido e quem será eleito presidente da República.
É compreensível que as pessoas tenham ficado chateadas (pela saída da Prefeitura). Mas isso é pelo bem. Desejavam que eu continuasse fazendo um bom trabalho. Quando você gosta de alguém, você não quer que essa pessoa se afaste. Esse é o sentimento que, gradualmente, tem diminuído.”