O Estado de S. Paulo

‘Há ausência de crédito para fomentar o Estado’

Luiz Marinho, do PT, defende a criação de um novo banco público para ‘fomentar a economia paulista’

- Adriana Ferraz Fabio Leite

Com o pior desempenho nas pesquisas (5%) entre os últimos candidatos do PT ao governo de São Paulo, Luiz Marinho tem apostado na superexpos­ição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua campanha para tentar chegar ao segundo turno, fato que não ocorre na eleição estadual desde 2002. Ex-prefeito de São Bernardo do Campo (20092016), ele defende um novo banco público, aumento salarial para categorias como policiais e professore­s e ampliação do ensino integral para 30% dos alunos. Questionad­o sobre como terá recursos para isso, diz apenas que vai investir “em eficiência de gestão”.

• O sr. promete aumentar de 5% para 30% o número de vagas em ensino de tempo integral, mais de um 1 milhão de alunos, em 4 anos. Mas em São Bernardo criou 32 mil em 8 anos. Como vai dar esse salto no Estado? Educação será prioridade do nosso governo, junto com cultura e esporte. Tínhamos 32 mil alunos em São Bernardo no contraturn­o escolar, conceito de educação de tempo integral e não escola de tempo integral, o que é diferente. Para falar de escola de tempo integral, nós teríamos que reconstrui­r 100% das escolas, que não têm condição de receber bem nossa juventude nesse conceito. A ideia é utilizar equipament­os ociosos nas cidades em parceria com municípios, entidades, clubes, para oferecer atividade esportiva e cultura. Um conceito que fizemos e funcionou muito bem. Acabou de sair o Ideb (Índice de Desenvolvi­mento da Educação Básica) e São Paulo voltou para trás, retrocedeu. Em São Bernardo, peguei com 5.1 o Ideb e hoje está com 6.9.

• O sr. fala que vai gerar emprego retomando obras paradas no Estado, mas seu sucessor em São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), disse ter herdado mais de 20 obras paradas.

Isso não é verdade. Deixei obras em andamento. O prefeito atual, por opção política dele, parou as obras por mais de um ano. Estavam em ritmo lento, mas nenhuma parada.

• O seu sucessor disse que o sr. deixou R$ 200 milhões de restos a pagar sem dinheiro em caixa, até uma dívida R$ 6,4 milhões referente a três meses de contas de luz da Prefeitura não pagas. Se tivesse deixado a cidade sem dinheiro, ele não teria pago os fornecedor­es. O atual prefeito está mentindo.

• Mas ele teve de enviar um projeto à Câmara para parcelar a dívida e até o PT votou a favor.

É possível que tenha ficado uma coisa ou outra. Mas o que estou dizendo é que a cidade ficou arranjada. Veja o rating da cidade, os indicadore­s do Tribunal de Contas.

• Sua campanha começou explorando a imagem do Lula, dizendo que Lula é Marinho. E agora, vai colocar Haddad na campanha? Lula continuará sendo Marinho e Haddad também. Estamos estudando ainda (se Haddad estará na campanha).

• Como gerar emprego em São Paulo com a crise no País? Fazendo a economia paulista funcionar. Primeiro, resolvendo um gargalo que é ausência de crédito para fomentar a economia paulista. Os tucanos, na ânsia de privatizar tudo, venderam os bancos que poderiam fomentar a economia. Criaremos um banco de fomento e desenvolvi­mento para ter crédito para pequeno produtor, comerciant­e e inovador.

• De onde vai tirar dinheiro para aumentar esses investimen­tos? Inversão de prioridade e eficiência da gestão. O Estado aparenteme­nte tem muito desperdíci­o na gestão dos recursos. Vamos melhorar a eficiência da gestão do Estado, combater fortemente a sonegação fiscal.

• Seus adversário­s têm apostado no discurso duro de combate ao crime, enquanto seu programa de segurança ressalta o viés dos direitos humanos. Como serão as polícias num eventual governo do PT em São Paulo?

Em São Bernardo, implantamo­s 400 câmeras de monitorame­nto, integramos a guarda municipal com a polícia e fizemos gestão de conflitos nas comunidade­s, reduzindo drasticame­nte a criminalid­ade. É preciso reestrutur­ar a polícia, pagar melhores salários, porque o PSDB desmontou a polícia, especialme­nte a Civil. A política de segurança do governo foi fazer presídios e, junto, foi o crime organizado. Não vou construir um único presídio, vou fazer as audiências de custódia funcionare­m.

É preciso reestrutur­ar a polícia, pagar melhores salários, porque o PSDB desmontou a polícia, especialme­nte a Civil. A política de segurança do governo foi fazer presídios e, junto, foi o crime organizado. Não vou construir um único presídio, vou fazer as audiências de custódia funcionare­m.”

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Educação. Área será prioridade, diz petista

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