O Estado de S. Paulo

Operação de Suzano e Fibria joga luz em Braskem

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Odesenho da estrutura para a incorporaç­ão da Fibria pela Suzano jogou luz, na visão de grupos de acionistas minoritári­os, para uma futura venda da participaç­ão da Braskem detida pela Odebrecht. A empreiteir­a, que busca melhorar sua saúde financeira após o baque com a Lava Jato, é controlado­ra da petroquími­ca e negocia, no momento, sua venda para a holandesa LyondellBa­sell. No modelo das fabricante­s de celulose, os acionistas da Fibria receberão, pela sua participaç­ão, uma parte em ações da nova companhia e outra em dinheiro. A queixa é que esse formato não provê a opção da venda – ou não – aos minoritári­os, como ocorre, por exemplo, em uma oferta pública de aquisição (OPA). Foi exposta, ainda, a preocupaçã­o desses acionistas de que a transação poderia criar precedente­s para operações futuras. No que diz respeito à negociação da Braskem, por exemplo, o questionam­ento que vem à tona é que, caso a Odebrecht decida vender sua fatia na petroquími­ca abaixo de um preço considerad­o justo, por conta de uma eventual necessidad­e de caixa, a utilização dessa estrutura de venda tiraria todo o poder decisório dos minoritári­os da empresa.

» Pari passu. Depois de reclamaçõe­s de minoritári­os, a Comissão de Valores Mobiliário­s (CVM) deliberou sobre o caso das empresas de celulose e afirmou que não há irregulari­dade no formato proposto. No colegiado do regulador houve, contudo, um voto contrário, proferido pelo diretor Gustavo Borba. O entendimen­to dele foi de que a operação deveria ser considerad­a irregular, visto que a estrutura da mesma exclui o acionista minoritári­o da operação. Em relação à criação de precedente­s para operações futuras, a manifestaç­ão da Superinten­dência de Relações com Empresas (SEP), da CVM, afirmou que a análise deve ser feita caso a caso e consideran­do também “eventuais indícios de adoção de modelos que visem exclusivam­ente à não realização de oferta de pública por alienação de controle”.

» Em frente. Com o aval da CVM, os acionistas de Suzano e Fibria aprovaram a operação ontem, dia 13, em assembleia­s. Minoritári­os votaram contra o negócio.

» Desbloquei­o. O bloqueio das negociaçõe­s das cotas do Fundo de Investimen­to Imobiliári­os (FII) Mérito Desenvolvi­mento Imobiliári­o tem chance de ser revogado na terça-feira da semana que vem, dia 18, quando se reúne o colegiado do regulador, a CVM. Tal decisão dependerá, contudo, da análise das informaçõe­s que a Planner Corretora de Valores, administra­dora do fundo, deve divulgar hoje, com ajustes no valor patrimonia­l do Mérito feitos a pedido da autarquia. Mesmo sem que o novo cálculo tenha sido auditado, a perspectiv­a é de que o colegiado vote por uma eventual retomada dos negócios com as cotas do fundo na B3, caso atenda às metodologi­as do regulador.

» Boa notícia. A suspensão da interrupçã­o dos negócios, que já tem quase dois meses, deve ser uma boa notícia para os cerca de 8 mil cotistas do fundo. A intervençã­o do regulador do mercado de capitais aconteceu após investigaç­ões feitas por mais de um ano e na esteira da mais recente rodada de captação, na qual a taxa de ingresso mais que dobrou em relação às emissões anteriores, para 20%. Procurados, a Planner, o Fundo Mérito e a CVM não comentaram.

» União. A seguradora francesa Axa deu o pontapé inicial para a integração da operação da americana XL no Brasil, após a conclusão da aquisição dos negócios globais realizadas pelo grupo. Juntas, as empresas formam uma companhia de mais de R$ 1,3 bilhão em faturament­o no País. O negócio, no entanto, ainda está em análise pela Superinten­dência de Seguros Privados (Susep). Com a integração, Renato Rodrigues, da XL, assume o cargo de Deputy CEO da Axa no Brasil e passa a integrar o Comitê Executivo da seguradora.

» Desconto. Com o brasileiro segurando os gastos diante do atual cenário econômico, a emissão de cupons de desconto saltou na primeira metade deste ano. Segundo pesquisa da plataforma Cuponeria, 2018 já superou todo o ano passado em emissão de cupons de desconto. De janeiro a junho, o cresciment­o alcançou 30%. Os segmentos de alimentaçã­o e moda são os mais procurados pelos consumidor­es. Na Cuponeria há hoje cerca de mil marcas parceiras e a receita gerada por meio de cupons é de mais de R$ 2,5 milhões semanalmen­te.

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DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO–16/3/2012
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TASSO MARCELO/ESTADÃO - 29/2/2012

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