Startup de bicicletas Yellow recebe aporte de US$ 63 milhões
Liderado por fundo chinês, investimento será usado para expandir operações da empresa e financiar fábrica de patinetes
A Yellow, startup brasileira de compartilhamento de bicicletas sem estação, anunciou ontem o recebimento de US$ 63 milhões em investimento (R$ 264 milhões). O aporte acontece um mês após o início da operação da startup em São Paulo e será usado para expandir o serviço para outras capitais do Brasil e da América Latina, além de acelerar a construção da fábrica de patinetes elétricos da empresa.
Essa é considerada a maior rodada de investimento Série A (o primeiro investimento feito por fundos de investimento de capital de risco) na América Latina. A arrecadação foi liderada pelo fundo chinês GGV Capital, que já investiu recursos na Didi Chuxing, dona da brasileira 99. Também participaram da rodada os fundos Monashees, Grishin Robotics, Base10 Partners e Class 5. Desde que foi fundada, em janeiro deste ano, a Yellow já levantou US$ 75 milhões em investimentos.
Em seu primeiro mês de operação, a Yellow diz já ter realizado mais de 150 mil corridas na capital paulista – o custo médio de uma viagem de bicicleta com 15 minutos de duração, para o usuário, é de R$ 1. Hoje, a empresa tem cerca de 3 mil magrelas na cidade; até o fim do ano, pretende chegar a 20 mil. Além disso, com os investimentos, a empresa pretende levar as bikes para outras capitais brasileiras e também para México, Argentina, Chile e Colômbia.
Os recursos serão utilizados ainda pela empresa para construir uma fábrica de patinetes elétricos na América Latina – além do Brasil, Paraguai e México também podem receber a planta. Hoje, a Yellow utiliza patinetes importados da China para realizar testes em São Paulo, onde ainda aguarda regulamentação local para operar de fato.
Nomes. Para Rafael Ribeiro, presidente executivo da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), o investimento de grande porte se deve, especialmente, aos nomes envolvidos na operação da Yellow. Dois dos três fundadores, os engenheiros Ariel Lambrecht e Renato Freitas deram início à operação da 99. O ex-presidente da Caloi Eduardo Musa é o terceiro fundador. “Os investidores se sentem atraídos pela capacidade de execução, já provada na 99”, diz o especialista.