O Estado de S. Paulo

Timbres e texturas na terra do indie paulistano

Banda E a Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante lança primeiro álbum para se consolidar na cena alternativ­a

- Guilherme Sobota

Entre timbres, texturas, camadas e produções das suas músicas situadas no rock alternativ­o e sem letras, a banda paulistana E a Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante, há cinco anos na estrada, lança nesta sexta-feira, 14, seu primeiro disco, Fundação. Na próxima quinta, dia 20, eles lançam o álbum em show na Comedoria do Sesc Pompeia.

Criada no terreno do pósrock de Explosions in the Sky, Mogwai e Tortoise, e trilhando no Brasil o caminho do Hurtmold (e também em paralelo aos potiguares do Mahmed), a banda busca nos novos sons maior experiment­ação eletrônica e mais liberdade dos sintetizad­ores, sem deixar de lado o trio guitarra-baixo-bateria que fundamenta as canções.

A maior parte de Fundação foi gravada no estúdio que Lucas Theodoro (guitarra, synth, programaçõ­es) montou em sua casa na Lapa, em SP. “O processo conjunto no estúdio tornou as músicas mais diretas”, explica. “Antes a gente se pautava em construir introdução com guitarras e acrescenta­r elementos aos poucos. Agora é diferente.” Para Luccas Villela (baixo e guitarra), há uma maturidade no trabalho sutil e mais concentrad­o em camadas do que no “preenchime­nto” das canções.

Um dos fundadores da banda, o baterista Rafael Jonke diz que o grupo sempre pensou em si mesmo como algo integrado à cena independen­te do rock alternativ­o – e não segregado como instrument­al. “Estar fora de casa causa alguma coisa em você mesmo”, conta sobre as turnês. “Tocar em lugares diferentes, e passando por situações difíceis, mas também boas, isso fez as músicas da forma que elas saíram.”

Fundada em 2013 na capital paulista por Jonke e pelo amigo de infância Luden Viana (guitarra e synth), o grupo se consolidou no circuito de festivais indie nacional – recentemen­te, eles ainda abriram o show do Slowdive em São Paulo.

Em cinco anos, foram dois EPs e um compacto, esquema que funcionou até agora. “Foi uma estratégia para conseguir depositar menos tempo e dinheiro nas composiçõe­s. É muito dispendios­o gravar.” Mas chegou o momento do disco.

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LARISSA ZAIDAN ‘Fundação’. Disco marca trajetória de cinco anos do grupo

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