Um olhar para a memória e o futuro da América Latina
Colombianos do Mapa Teatro chegam a SP e Antunes Filho entra em temporada no Sesc Consolação
Depois de se apresentar na edição do 5.º Festival Iberoamericano de Artes Cênicas (Mirada), algumas produções desembarcam em São Paulo, neste fim de semana, em pouquíssimas sessões nas unidades do Sesc. O grupo colombiano Mapa Teatro, que já esteve na cidade no ano passado, retorna trazendo La Despedida, nesta sexta-feira, 14, e sábado, 15, no Sesc Pinheiros.
O espetáculo, que encerra a trilogia Anatomia da Violência, oferece um mergulho em uma floresta exuberante para falar sobre o narcotráfico no país e a relação do governo da Colômbia com as Farc, que selaram acordo de paz recentemente.
Fundado em Paris, no ano de 1984, o Mapa Teatro é um ajuntamento artístico radicado na Colômbia que não se contenta em estabelecer suas criações em formatos específicos como teatro, música ou cinema. O desejo de atravessar essas fronteiras se efetiva nos chamados mapas que levam em conta disciplinas e conhecimentos diversos, mas tudo em função de criar uma rica experiência visual e de reflexão para o espectador.
Na próxima quinta, 20, é a vez da Companhia L’Expose que apresenta sua peça La Miel Es Más Dulce Que la Sangre, no Sesc Pompeia. O diretor Tino Fernández e a dramaturga Juliana Reyes recriam o universo criativo do poeta e dramaturgo espanhol Frederico García Lorca e o surrealismo do também espanhol Salvador Dalí, inspirados na obra que batiza o espetáculo de dança. O grupo, que nasceu em Paris há 27 anos e hoje atua em Bogotá, é um dos principais nomes da dança-teatro.
E para quem aguarda a nova criação de Antunes Filho, o encenador estreia Eu Estava em Minha Casa e Esperava Que a Chuva Chegasse na próxima sexta, 21, no Sesc Consolação.
Na peça escrita pelo francês Jean-Luc Lagarce, cinco mulheres esperam o retorno do filho de uma delas, que foi expulso de casa pelo pai, sem indicações claras do local ou da época. No espetáculo, o palco está tomado por cadeiras e há uma mesa colocada ao centro. Na nova empreitada, Antunes continua apostando na autonomia do público, que é livre para inventar as próprias narrativas.