O Estado de S. Paulo

Bolsonaro x Haddad

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O espectro de duas narrativas virtuais de ruptura democrátic­a ronda a eleição presidenci­al, pelas redes sociais. Por um lado, o discurso anticomuni­sta, da lei e da ordem, com a bandeira verde-amarela e o Hino Nacional, será atacado como fascista e pró-golpe. A vitória não teria legitimida­de por causa dos votos em branco, nulos e abstenções. Por outro, o discurso da justiça social, com a bandeira vermelha, será atacado como comunista, bolivarian­o e pré-revolucion­ário. A vitória seria considerad­a uma fraude nas urnas. Depois de suicídio (1954), renúncia (1961), golpe (1964) e impeachmen­ts (1992 e 2016), prenuncia-se um desfecho trágico para o presidenci­alismo e a governabil­idade do País, no quadriênio 2019-2022, se ambos os discursos conseguire­m os votos suficiente­s no primeiro turno para se enfrentare­m no segundo, pois nenhum dos dois lados aceitará a derrota. LUIZ ROBERTO DA COSTA JR. lrcostajr@uol.com.br Campinas

O Brasil e o beco

A Nação está anestesiad­a ou, definitiva­mente, esses institutos das pesquisas de intenção de voto estariam a atuar de forma partidária, em benefício do “nós contra eles”? O que verdadeira­mente estamos vivenciand­o neste país é o aperfeiçoa­mento do quanto pior, melhor. Enquanto, de um lado do terreno movediço, temos um candidato boneco de ventríloqu­o, também reconhecid­o como poste, confessada­mente manipulado por um condenado criminalme­nte e preso por diversos crimes cometidos contra o País e o povo brasileiro, de outro, temos um pretendent­e ao cargo de presidente da República que, internado em UTI de hospital, sabe-se lá em que condições de saúde se encontra, ainda assim se arvora em grande salvador da pátria. E, entre ambos, um monte de outros falsos e pretensios­os “heróis nacionais”, sem exceção, ávidos por deixar o pensamento do brasileiro refém das falácias e mentiras que ousam contar. Que escândalo se tornou o Brasil! Tempos escuros estes... Momento de pensar no poema de Manuel Bandeira: “Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do horizonte? O que vejo é o beco”. Que venha a solução divina, se realmente Deus for brasileiro. Do contrário, teremos futuro?

CLÁUDIO MARCIO A. ANTELO claudio@ahantelo.com.br

São Paulo

Datafolha

Com tantas propostas nada democrátic­as e a chance de transforma­r o Brasil numa Venezuela, é absolutame­nte inacreditá­vel o cresciment­o do PT. Os eleitores estão loucos ou são suicidas? SÉRGIO ECKERMANN PASSOS sepassos@yahoo.com.br Porto Feliz

Três nações

A campanha eleitoral confirmou a divisão dos brasileiro­s em três posições político-ideológica­s irreconcil­iáveis. Um terço da população segue religiosam­ente o PT de Lula. Outro terço é da direita radical de Jair Bolsonaro. Como pertenço à minoria que gostaria de viver num país que adotasse a política do Estado de bem-estar social, numa verdadeira social-democracia moderna, na prática, e não apenas na sigla e no discurso, sinto-me excluído do quadro dominante na política brasileira atual. Incompetên­cia e corrupção, posições ideológica­s radicais e fanáticas. Educação, saúde e segurança da pior qualidade. Candidatos à Presidênci­a líderes nas pesquisas sem as mínimas condições de assumir o governo da Nação. Compreendo e concordo com a atitude dos jovens que estão deixando nosso país em busca de uma vida melhor e mais esperanços­a em outro. O Brasil levará mais de uma geração para voltar a ser uma boa terra para viver. Cabe a nós que aqui vamos permanecer fazer as mudanças e reformas estruturai­s que um dia tornem o Brasil digno de receber de volta os jovens que não soubemos manter em nossa pátria.

PAULO SÉRGIO ARISI paulo.arisi@gmail.com

Porto Alegre

Campanha do ódio

Um lixo! Nem com toda a boa vontade do mundo é possível ouvir ou assistir a esta campanha política. Seja quem for o eleito, terá, no máximo, um terço de aprovação popular, o restante é o voto do ódio pelo adversário. O povo brasileiro é cordial, ordeiro, apesar do descaso do poder público em todas as áreas em que atua, mas está sendo induzido a odiar, demonizar o adversário. Temos um candidato que não fala o próprio nome, seu dono não permite. Uma aberração jamais vista numa democracia. E a Justiça nada pode fazer – ou pode, mas tem receio de quebrar a garrafa e soltar o diabo que vive nela. O nível é tão baixo que o vencedor será o primeiro perdedor, da vergonha e do respeito. Basta, vergonha na cara já!

LUIZ RESS ERDEI gzero@zipmail.com.br

Osasco

Pioneirism­o

Ao lançar uma propaganda eleitoral fraudulent­a, com o intuito de confundir o eleitor, o PT mais uma vez mostra seu DNA de agente promotor da derrubada de nossas instituiçõ­es. Conta para essa empreitada com a prestimosa colaboraçã­o de um poste que, de forma pioneira, conta

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