Grupos de perfil antagônico apoiam e rejeitam partido
Aúltima pesquisa sobre preferência partidária, realizada pelo Ibope na semana passada, mostra que o Partido dos Trabalhadores tem a preferência e simpatia de 24% dos brasileiros. Esse índice atingiu o seu ápice (33%) em dois momentos: em março de 2003, logo após o início do governo do ex-presidente Lula e em março de 2010, ano da eleição da ex-presidente Dilma Rousseff. Ao mesmo tempo em que o PT é o partido que tem a maior preferência, é também o mais rejeitado: 30% declaram que não votariam de jeito nenhum em candidatos desse partido político. Em outubro de 2015, a rejeição ao PT era de 38%, de lá para cá, diminuiu.
De maneira geral, o PT tem mais simpatizantes entre os eleitores com menor escolaridade (ensino fundamental), com menor renda familiar (até um salário mínimo), que se autodeclaram pretos/pardos e os residentes no Nordeste do País. Por outro lado, o perfil dos que rejeitam o PT é exatamente o oposto de seus simpatizantes. Os que rejeitam o PT possuem nível superior de educação (chega a 42% neste segmento), têm renda familiar igual ou superior a dois salários mínimos, se autodeclaram brancos e são moradores do Sul e Sudeste do Brasil. Com perfis tão antagônicos, é de se esperar comportamentos eleitorais distintos entre eles, como visto em eleições anteriores. O perfil do eleitor que rejeita o PT é o mesmo que hoje declara maior intenção de votar em Bolsonaro, confirmando que o candidato é o escolhido para representar o antipetismo, papel desempenhado pelo PSDB nas últimas eleições.
O candidato do PSL tem mais força de voto nos mesmos segmentos que rejeitam o PT. Por outro lado, os simpatizantes do PT ainda não encontraram um candidato em quem possam votar majoritariamente, e por isso se encontram pulverizados entre várias alternativas. Agora com a oficialização da candidatura de Fernando Haddad, como substituto do ex-presidente Lula, há de se observar uma reorganização dessas intenções de voto. Aparentemente, esta será mais uma eleição com forte clivagem social. DIRETORA EXECUTIVA DO IBOPE INTELIGÊNCIA