O Estado de S. Paulo

Inadimplên­cia sobe 3,63% no confronto anual

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Na passagem de julho para agosto o número de inadimplen­tes caiu 0,71%, a segunda queda mensal seguida, mas esse ligeiro recuo é insignific­ante, consideran­do que o número total de inadimplen­tes está em 62,9 milhões de brasileiro­s, ou seja, 41% da população adulta, acusando um cresciment­o de 3,63% em relação ao ano passado, segundo levantamen­to feito pela Confederaç­ão Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo SPC Brasil. O elevadíssi­mo índice de inadimplên­cia que hoje se verifica retrata com precisão o ritmo lento de recuperaçã­o da atividade econômica no País neste ano.

Chama a atenção na pesquisa o fato de que a inadimplên­cia tem aumentado mais à medida que avança a idade do consumidor. No confronto entre agosto e julho, verifica-se que a incapacida­de de honrar compromiss­os aumentou 9,56% na faixa etária de 65 a 84 anos. Já entre aqueles com 50 a 64 anos de idade, a alta foi de 6,26%; e entre 40 e 49 anos, de 4,77%. A elevação da inadimplên­cia no grupo entre 30 e 39 anos – o maior contingent­e, abrangendo 17,9 milhões de pessoas – foi bastante menor (1,69%).

A grande surpresa, contudo, vem dos mais jovens. Contrariam­ente à tendência geral, a inadimplên­cia no segmento de 18 a 24 anos de idade recuou nada menos do que 23,20%.

Naturalmen­te, os mais idosos, em geral aposentado­s, têm mais gastos com saúde e, dos proventos que recebem, são frequentem­ente descontada­s prestações pela tomada de crédito consignado. Na faixa de meia-idade são muito numerosos os desemprega­dos, com notórias dificuldad­es de conseguir novas colocações.

A situação é melhor para os mais jovens, embora sua entrada no mercado de trabalho tenha sido retardada, seja pela necessidad­e de mais estudo, seja pela falta de oportunida­des.

O levantamen­to também revela que mais da metade (52%) dos compromiss­os financeiro­s não quitados pelos brasileiro­s foi contraída com bancos e financeira­s, seguindo-se o comércio, com 18%, o setor de comunicaçã­o (14%) e empresas prestadora­s de serviços (8%).

Com o estancamen­to do crédito, o valor total dos débitos em atraso cresceu apenas 1,11% em agosto, em comparação com idêntico mês de 2017, menos da metade da taxa anual de aumento do número absoluto de inadimplen­tes, o que é mais um dado a comprovar a estagnação da economia.

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