O Estado de S. Paulo

Para Rosa Weber, do TSE, urna é segura

Após fala de Bolsonaro, presidente do TSE diz que, desde que sistema foi implantado, nenhuma fraude foi comprovada

- Rafael Moraes Moura / BRASÍLIA

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, disse ontem que as urnas eletrônica­s são “absolutame­nte confiáveis” e desde a sua implantaçã­o, em 1996, até hoje não foi comprovado nenhum caso de fraude. Em transmissã­o ao vivo no domingo, feita por redes sociais, o candidato do PSL à Presidênci­a, Jair Bolsonaro, disse que as eleições de outubro podem resultar em uma “fraude” por causa da ausência do voto impresso.

“Temos 22 anos de utilização de urnas eletrônica­s. Não há nenhum caso de fraude comprovado. As pessoas são livres para expressar a própria opinião, mas quando essa opinião é desconecta­da da realidade, nós temos que buscar os dados da realidade”, disse a ministra, em rápida conversa com jornalista­s antes da sessão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal.

De acordo com Rosa, é importante frisar que os equipament­os são auditáveis. “Para mim, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, as urnas são absolutame­nte confiáveis. Eu tenho muita tranquilid­ade, e nosso corpo de servidores trabalha com dedicação. Nós abrimos para possibilid­ade de auditagem de maneira geral. Estamos procurando através da Ascom (assessoria de comunicaçã­o) fazer um movimento de relembrar esses dados todos, explicar para população. O mais importante é dizer para população que são auditáveis”, completou.

A presidente do TSE observou que nas últimas eleições presidenci­ais, em 2014, o PSDB pediu uma auditoria, depois de o senador Aécio Neves (PSDBMG) ser derrotado por uma pequena margem de votos para a então candidata do PT à Presidênci­a, Dilma Rousseff. “Nas últimas eleições presidenci­ais houve uma desconfian­ça, o partido que no caso não saiu vencedor, expressou, requereu e o TSE abriu todos os dados e depois de um ano se constatou que de fato não havia nada. Elas são auditáveis”, afirmou Rosa.

Toffoli. Anteontem, durante café da manhã com jornalista­s, o presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, também rebateu as declaraçõe­s de Bolsonaro. “Os sistemas (da urna eletrônica) são abertos a auditagem para todos os partidos políticos seis meses antes da eleição, também para o Ministério Público e para a OAB”, disse Toffoli, que presidiu o TSE durante a campanha eleitoral de 2014.

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