O Estado de S. Paulo

Cenários mostram empate no 2º turno

Pesquisa aponta igualdade de intenções de voto em três das quatro simulações feitas pelo Ibope; só Marina Silva perde para Jair Bolsonaro

- / DANIEL BRAMATTI, CAIO SARTORI, ALESSANDRA MONNERAT e CECÍLIA DO LAGO

As simulações de segundo turno da pesquisa Ibope/Estado/TV Globo mostram empate técnico em três dos quatro cenários testados. Os dois primeiros colocados nas intenções de voto no primeiro turno da disputa presidenci­al – Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) – teriam 40% cada em um confronto direto, caso este ocorresse hoje.

O empate desaparece quando se analisa a segmentaçã­o do eleitorado de acordo com o sexo dos entrevista­dos. Entre os homens, Bolsonaro teria 14 pontos de vantagem (50% a 36%). Já no eleitorado feminino, a vantagem de 14 pontos seria do candidato petista: 44% a 30%.

Haddad ainda venceria entre os que estudaram até a quarta série (44% a 29%) e entre os que foram da quinta à oitava série (47% a 33%). No segmento mais escolariza­do, Bolsonaro ficaria à frente, principalm­ente entre os que têm curso superior (51% a 31%). Na faixa do ensino médio, há empate (41% a 41%).

A clivagem social se revela também na segmentaçã­o do eleitorado por renda: entre os que ganham mais de cinco salários mínimos, o placar pró-Bolsonaro é de 57% a 29%. Na faixa que recebe até um salário mínimo, a situação se inverte: Haddad venceria por 54% a 24%.

No cenário em que a disputa fosse entre Bolsonaro e o ex-governador tucano Geraldo Alckmin, o placar seria de 38% a 38%. Em um embate com Ciro Gomes (PDT), o candidato do PSL ficaria com 39%, ante 40% do pedetista. Como a margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou para menos, trata-se de empate técnico. A única que perderia para o candidato do PSL fora da margem de erro é Marina Silva (Rede), que teria 36% dos votos, ante 41% de Bolsonaro.

Em relação ao levantamen­to anterior do Ibope, divulgado no dia 11, Haddad apresentou cresciment­o de quatro pontos porcentuai­s na simulação de segundo turno contra Bolsonaro, enquanto o presidenci­ável do PSL ficou estagnado.

No cenário Bolsonaro contra Ciro, o pedetista permaneceu com 40%, e o presidenci­ável do PSL oscilou dois pontos para cima, dentro da margem de erro.

Alckmin também continuou com a pontuação anterior, mas viu Bolsonaro oscilar um ponto para cima. A situação de Marina é a que mais piorou: a candidata da Rede oscilou dois pontos para baixo e viu o representa­nte do PSL subir três.

Certeza do voto. Entre os candidatos mais bem colocados na corrida ao Palácio do Planalto, Bolsonaro é o que tem os eleitores mais convictos, de acordo com a pesquisa: 53% dos eleitores consultado­s disseram que sua decisão é definitiva e não vão mudar de jeito nenhum.

O candidato do PT vem em segundo lugar, com 45% das pessoas que declararam voto nele dizendo que não vão mudar de opinião. Já entre os eleitores de Ciro, 32% afirmaram que não devem trocar de candidato; Alckmin e Marina têm 25% e 24%, respectiva­mente, de votantes resolutos.

‘Voto útil’. O Ibope procurou sondar se há uma tendência de “voto útil” na eleição. Os entrevista­dores perguntara­m aos eleitores se eles consideram votar em um candidato que não seja de sua preferênci­a para evitar que outro presidenci­ável vença as eleições deste ano. A maior parte dos entrevista­dos respondeu que as chances de isso acontecer são “baixas” ou “muito baixas” (43%), número que se compara aos 32% que considerar­am existir probabilid­ades “altas” ou “muito altas” para optar pelo “voto útil” na hora da eleição. Para 18%, a chance de isso ocorrer é “média”.

A pesquisa divulgada ontem também avaliou se os eleitores deixariam de votar no candidato de sua preferênci­a para escolher outro que tenha mais chances de ganhar. Nesse caso, 61% respondera­m que há chances “baixas” ou “muito baixas” de essa situação acontecer. Para 16%, seriam “altas” ou “muito altas”. Outros 16% informaram que é “média”.

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