Cenários mostram empate no 2º turno
Pesquisa aponta igualdade de intenções de voto em três das quatro simulações feitas pelo Ibope; só Marina Silva perde para Jair Bolsonaro
As simulações de segundo turno da pesquisa Ibope/Estado/TV Globo mostram empate técnico em três dos quatro cenários testados. Os dois primeiros colocados nas intenções de voto no primeiro turno da disputa presidencial – Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) – teriam 40% cada em um confronto direto, caso este ocorresse hoje.
O empate desaparece quando se analisa a segmentação do eleitorado de acordo com o sexo dos entrevistados. Entre os homens, Bolsonaro teria 14 pontos de vantagem (50% a 36%). Já no eleitorado feminino, a vantagem de 14 pontos seria do candidato petista: 44% a 30%.
Haddad ainda venceria entre os que estudaram até a quarta série (44% a 29%) e entre os que foram da quinta à oitava série (47% a 33%). No segmento mais escolarizado, Bolsonaro ficaria à frente, principalmente entre os que têm curso superior (51% a 31%). Na faixa do ensino médio, há empate (41% a 41%).
A clivagem social se revela também na segmentação do eleitorado por renda: entre os que ganham mais de cinco salários mínimos, o placar pró-Bolsonaro é de 57% a 29%. Na faixa que recebe até um salário mínimo, a situação se inverte: Haddad venceria por 54% a 24%.
No cenário em que a disputa fosse entre Bolsonaro e o ex-governador tucano Geraldo Alckmin, o placar seria de 38% a 38%. Em um embate com Ciro Gomes (PDT), o candidato do PSL ficaria com 39%, ante 40% do pedetista. Como a margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou para menos, trata-se de empate técnico. A única que perderia para o candidato do PSL fora da margem de erro é Marina Silva (Rede), que teria 36% dos votos, ante 41% de Bolsonaro.
Em relação ao levantamento anterior do Ibope, divulgado no dia 11, Haddad apresentou crescimento de quatro pontos porcentuais na simulação de segundo turno contra Bolsonaro, enquanto o presidenciável do PSL ficou estagnado.
No cenário Bolsonaro contra Ciro, o pedetista permaneceu com 40%, e o presidenciável do PSL oscilou dois pontos para cima, dentro da margem de erro.
Alckmin também continuou com a pontuação anterior, mas viu Bolsonaro oscilar um ponto para cima. A situação de Marina é a que mais piorou: a candidata da Rede oscilou dois pontos para baixo e viu o representante do PSL subir três.
Certeza do voto. Entre os candidatos mais bem colocados na corrida ao Palácio do Planalto, Bolsonaro é o que tem os eleitores mais convictos, de acordo com a pesquisa: 53% dos eleitores consultados disseram que sua decisão é definitiva e não vão mudar de jeito nenhum.
O candidato do PT vem em segundo lugar, com 45% das pessoas que declararam voto nele dizendo que não vão mudar de opinião. Já entre os eleitores de Ciro, 32% afirmaram que não devem trocar de candidato; Alckmin e Marina têm 25% e 24%, respectivamente, de votantes resolutos.
‘Voto útil’. O Ibope procurou sondar se há uma tendência de “voto útil” na eleição. Os entrevistadores perguntaram aos eleitores se eles consideram votar em um candidato que não seja de sua preferência para evitar que outro presidenciável vença as eleições deste ano. A maior parte dos entrevistados respondeu que as chances de isso acontecer são “baixas” ou “muito baixas” (43%), número que se compara aos 32% que consideraram existir probabilidades “altas” ou “muito altas” para optar pelo “voto útil” na hora da eleição. Para 18%, a chance de isso ocorrer é “média”.
A pesquisa divulgada ontem também avaliou se os eleitores deixariam de votar no candidato de sua preferência para escolher outro que tenha mais chances de ganhar. Nesse caso, 61% responderam que há chances “baixas” ou “muito baixas” de essa situação acontecer. Para 16%, seriam “altas” ou “muito altas”. Outros 16% informaram que é “média”.