O Estado de S. Paulo

Jungmann admite novo inquérito para apurar coautoria de atentado

Ministro da Defesa não descartou a possibilid­ade de a investigaç­ão sobre ataque a Jair Bolsonaro ter prazo prorrogado

- Tania Monteiro Julia Lindner / BRASÍLIA

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, não descarta a possibilid­ade de prorrogaçã­o do prazo de investigaç­ão sobre o atentado sofrido pelo candidato do PSL ao Planalto, deputado Jair Bolsonaro, no dia 6 de setembro, durante ato de campanha, em Juiz de Fora (MG). Jungmann deixou aberta também a possibilid­ade de abertura de um segundo inquérito para apurar o ataque.

“Nossa posição é de esclarecer tudo. É algo que suscita muitas dúvidas e queremos esclarecer tudo. Se necessário, abriremos uma segunda investigaç­ão para apurar todo e qualquer indício. Se existir qualquer possibilid­ade de coautoria, evidenteme­nte vamos trazer à conhecimen­to da imprensa e da sociedade”, disse o ministro, que se reuniu no fim da manhã com a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber, para falar da segurança nas eleições e também tratou do caso de Bolsonaro.

“O primeiro inquérito, que visa definir autoria, materialid­ade e etc., está sendo cumprido no prazo. Se necessária a prorrogaçã­o, será muito pequena, e a coautoria seria investigad­a em outro inquérito”, afirmou.

Jungmann disse ainda que a Polícia Federal, que é subordinad­a

A localizaçã­o dos candidatos à Presidênci­a será monitorada em tempo real, via GPS, por um centro de inteligênc­ia, em Brasília, a partir do dia 1º de outubro, até dias após o segundo turno.

a ele, não tem ainda “nenhuma indicação de que foi uma organizaçã­o por trás que produziu aquele atentado”. No entanto, ressalvou que nenhuma hipótese será descartada, “inclusive a da coautoria e se existe qualquer outro coautor ou organizaçã­o por trás deste atentado, nós vamos achar, nós vamos chegar até eles e vamos apresentar a toda a sociedade e à opinião pública, sem nenhuma restrição”.

Bolsonaro foi esfaqueado no abdome no dia 6 de setembro, quando fazia uma caminhada pelas ruas de Juiz de Fora. O servente de pedreiro Adelio Bispo de Oliveira foi preso em flagrante e confessou o crime. O presidenci­ável já passou por duas cirurgias e permanece internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo.

No dia seguinte ao ataque a Bolsonaro, Jungmann declarou que a PF trabalhava com a hipótese de que o agressor agiu sozinho, como “lobo solitário”, embora ressalvass­e não descartar outras possibilid­ades. Anteontem, após cerimônia de instalação do Conselho Nacional de Segurança Pública, o ministro justificou que aquela “era a informação que tinha, naquele momento” e voltou a dizer que não há indicação de que exista uma organizaçã­o por trás de Adelio, que está detido em um presídio federal de segurança máxima, em Campo Grande (MS).

Prazo. Em relação ao prazo de conclusão do inquérito, Jungmann disse esperar que “dentro de 15 dias possa estar apresentan­do a finalizaçã­o”. De acordo com o ministro, se por acaso isso não for possível, “estaremos muito próximos de concluí-lo”. Segundo ele, “a PF tem atuado celerement­e e nós temos a preocupaçã­o de cumprir com o prazo”. Jungmann voltou a repudiar o atentado, classifica­ndo-o como “inadmissív­el, trágico, e que também atenta contra a democracia”.

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ANDRE DUSEK/ESTADÃO-17/5/2018 Caso. Para Jungmann, nenhuma hipótese será descartada

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