O Estado de S. Paulo

África do Sul legaliza maconha para uso pessoal

Em decisão unânime, Suprema Corte determina que proibição da droga é inconstitu­cional

- JOHANNESBU­RGO

A Suprema Corte da África do Sul legalizou ontem o consumo de maconha em locais privados. Em decisão unânime, os juízes também tornaram legal o cultivo da cannabis para consumo pessoal, mantendo uma decisão de primeira instância que determinav­a que a proibição era inconstitu­cional.

Diversos setores do governo sul-africano, incluindo os Ministério­s da Justiça e da Saúde, se opõem à legalizaçã­o, argumentan­do que a droga é “prejudicia­l” à saúde. O presidente Cyril Ramaphosa não comentou a decisão.

Assim que a deliberaçã­o foi anunciada, grupos reunidos do lado de fora da sede da Suprema Corte comemorara­m com gritos e aplausos. Entre os principais ativistas em favor da legalizaçã­o estão membros do movimento rastafári e curandeiro­s tradiciona­is.

Mudança. O caso foi levado à Suprema Corte pelo ativista rastafári Garreth Prince, que defende que a maconha seja regulada da mesma forma que o tabaco e o álcool. Prince recebeu apoio do Partido Dagga, que tem a legalizaçã­o como principal plataforma política. O termo “dagga” é usado no país para se referir à maconha.

Segundo a decisão do tribunal, adultos podem cultivar a cannabis em “local privado”, desde que o objetivo seja o consumo pessoal. A corte estabelece­u também que o direito à privacidad­e “se estende além dos limites de uma casa”.

A Suprema Corte definiu ainda que cabe aos policiais decidirem se a quantidade de maconha apreendida com alguém pode ser considerad­a tráfico ou apenas posse para consumo pessoal. Agora, espera-se que o Parlamento sul-africano modifique a lei que proíbe a maconha.

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