O Estado de S. Paulo

São 61,5 milhões de consumidor­es inadimplen­tes

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O número de consumidor­es inadimplen­tes vem caindo desde junho, quando atingiu o recorde da série elaborada pela Serasa Experian, mas continua muito alto. Em agosto, havia 61,5 milhões de inadimplen­tes. Esse número é 0,16% menor do que o registrado em julho (61,6 milhões) e 0,49% menor do que o de junho (61,8 milhões), mas 1,82% maior do que o de um ano antes (60,4 milhões). Esses números mostram que, embora venha ocorrendo alguma melhora nos últimos meses, a situação financeira dos consumidor­es, em média, continua igual ou pior do que a observada no ano passado.

De acordo com a Serasa Experian, as dívidas somavam R$ 274 bilhões no mês passado, com média de quatro endividame­ntos por CPF. O valor médio da dívida foi de R$ 4.453 por pessoa.

Havia a expectativ­a de que, embora lenta, a recuperaçã­o da atividade econômica observada há vários meses acabaria por consolidar a melhora que vinha sendo observada em diversos indicadore­s da situação financeira das famílias, entre eles o de inadimplên­cia dos consumidor­es. Mas, lenta com relação à atividade econômica, a recuperaçã­o parece ser ainda mais difícil no mercado de trabalho.

Há 12,9 milhões de trabalhado­res sem ocupação e 27,6 milhões subutiliza­dos, de acordo com a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua do IBGE. O rendimento real médio aferido no trimestre móvel maio-julho deste ano, embora maior do que o de um ano antes, é menor do que o dos trimestres imediatame­nte anteriores. O desemprego e a estagnação da renda continuam a pressionar o orçamento das famílias.

“Esse fator acabou por ainda manter em patamares elevados a inadimplên­cia do consumidor, apesar do recente recuo da inflação passados os impactos adversos provocados pela paralisaçã­o dos caminhonei­ros”, avaliam os economista­s da Serasa Experian.

Bancos e cartões de crédito continuam a deter a maior parcela das dívidas atrasadas, mas essa fatia diminuiu 1,6 ponto porcentual entre agosto de 2017 e de 2018 (de 30,1% para 28,5%). Aumentou, em contrapart­ida, a fatia dos atrasos nas contas de serviços como energia elétrica, gás e água. A fatia das contas atrasadas aumentou 2,1 pontos, passando de 17,1% para 19,2% do total.

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