O triunfo dos millenials
Eles têm entre 18 e 38 anos, são movidos por inovação e propósito, muitos já ocupam posições de liderança. Até 2030, terão 5 vezes mais renda do que hoje. Os millennials inegavelmente fazem parte da pauta de prioridades corporativas no mundo todo. Ao mesmo tempo em que representam uma grande oportunidade econômica, evidenciam que as empresas nunca estiveram tão pressionadas como agora a reinventar seus modelos de negócios para satisfazê-los.
Desejo por produtos e serviços inovadores, simples e completos, convenientes e capazes de os meios online e offline são só algumas das características peculiares à essa parcela da população. Quando falamos sobre conquistá-los como clientes, falamos sobre “diálogo” com uma geração que cresceu conectada. Não basta oferecer seus produtos ou serviços em plataformas móveis, mas fazer parte das conversas de quem os influencia. Segundo o Gartner, 84% dos millennials baseiam suas decisões de compra em avaliações de terceiros. São necessárias formas de influência complementares à publicidade tradicional para que a mensagem circule de forma eficiente.
Ao mesmo tempo, reposicionar produtos e adaptar modelos de negócio é fundamental. Entender seus desejos e antecipar-se à sua demanda mostra-se essencial. Se pensarmos na loja sem caixas Amazon Go, considerada o nirvana dos millennials, vemos traços muito claros de como isso se materializa. A conveniência está em entrar na loja, retirar seus produtos e sair sem fila, centralizando os gastos em um aplicativo e adaptando suas ofertas ao que esse novo cliente busca.
Obviamente, esse modelo emblemático da Amazon não será replicável para empresas de todos os ramos, mas o que vale aqui é observar como a empresa estudou intensivamente os anseios do consumidor e os traduziu ao inaugurar sua Amazon Go. É sobre sair da zona de conforto e estudar o que vai atender esse novo consumidor. Em uma outra esfera, é o que as montadoras estão fazendo ao oferecer compartilhamento de carros. Ou as construtoras, que precisaram mudar o perfil dos apartamentos, menores nas áreas individuais e mais equipados nas coletivas (o chamado coliving), para satisfazer essas novas demandas. Por último, mas não menos importante, está a necessidade de evidenciar o propósito da marca. Estudo da Forbes mostra que 75% dos millennials preferem comprar de empresas que tenham impacto real na sociedade. De forma geral, entendo que as marcas precisam rever seus valores, repensar modelos de negócio, e a alma de seus produtos ou serviços. Não é só para conviver melhor com essa geração, mas para se preparar à demanda dos consumidores. Não é uma jornada fácil, mas é necessário começá-la já.
É INVESTIDORA ANJO E PRESIDENTE DA BOUTIQUE DE INVESTIMENTOS G2 CAPITAL