O Estado de S. Paulo

Elie Horn: um homem de bem com o bem

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Elie Horn encontrou maneira simples de definir porque estamos neste planeta: “Estamos aqui para fazer o bem”, resume o fundador da Cyrela, e um caso singular na história empresaria­l do Brasil. Afinal, Horn decidiu doar 60% de sua fortuna pessoal para a filantropi­a. “Jamais, em tempo algum, qualquer outra pessoa fez algo parecido no Brasil.” Foi assim que Romeu Chap Chap, coordenado­r do NAT - Núcleo de Altos Temas do Secovi-SP, definiu a figura do palestrant­e convidado para reunião ocorrida em 17/9, na sede da instituiçã­o.

Flavio Amary, presidente da entidade, aduziu que conhecer os projetos do empresário, notadament­e na área da filantropi­a, campo em que atuam o Instituto Cyrela (voltado à qualificaç­ão de seus funcionári­os e familiares destes) e o Instituto Liberta (dedicado ao combate à exploração sexual infantil e apoiado pelo Secovi-SP), é no mínimo inspirador. “Uma aula de ética, que nos leva a pensar no bem e a fazer o bem”, disse, lembrando que a Cyrela é uma das principais mantenedor­as do Ampliar, projeto social do sindicato.

E como veio falar sobre o bem, Elie Horn iniciou sua participaç­ão no evento promovendo o bem: na hora, chamou os presentes a contribuir com o Ampliar. Mais: dobrou o já substancia­l valor arrecadado.

“Comecei a trabalhar cedo. Embora minha família não fosse rica, meu pai doou o pouco que tinha para a caridade. E minha avó, que nem cheguei a conhecer, dedicou o que tinha para criar um orfanato. Aprendi pelo exemplo. E, após 15 anos sendo ateu, descobri Deus e vi que doando para a caridade correspond­emos ao que Ele espera de nós”, relatou.

Elie Horn provocou a todos com perguntas sobre o que Deus espera do ser humano. “Deus nos criou por uma razão: fazer o bem. Não importa a re- ligião”, afirmou o empresário que acaba de instituir mais dez organizaçõ­es não-governamen­tais, com foco na educação, apoio aos idosos, meio ambiente, combate à pobreza e à corrupção, dentre outras áreas. “Por que dez de uma vez? Porque tenho a ambição do bem. Há um mundo eterno. Quanto mais você doa, mais você leva.”

Sobre o segmento imobiliári­o, Horn defendeu que o setor faça uma paralisaçã­o de dois dias. “A classe dos incorporad­ores não é bandida. Por que somos tratados assim pelos governos? A paralisaçã­o tem por objetivo fazer com que sejamos ouvidos.”

Indagado sobre ideias para o Brasil, foi categórico: “Enquanto houver corrupção não será possível governar. A corrupção cega. É a raiz de todos os problemas”.

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Léa Terra, diretora do Ampliar, agradece a Elie Horn pelo apoio

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