O Estado de S. Paulo

Cade abre inquérito contra 6 bancos

- Lorenna Rodrigues/BRASÍLIA

O Conselho Administra­tivo de Defesa Econômica (Cade) abriu inquérito administra­tivo contra seis bancos para investigar se eles prejudicar­am corretoras de criptomoed­as. O inquérito foi aberto após denúncia feita pela Associação Brasileira de Criptomoed­as e Blockchain (ABCB) de que os bancos estariam prejudican­do o acesso das corretoras ao sistema bancário. São investigad­os Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Santander, Banco Inter e Sicredi.

Na denúncia, a associação alegou que o Banco do Brasil encerrou, sem nenhuma justificat­iva, a conta corrente da corretora Atlas, que era usada para receber depósitos e transferên­cias de clientes que desejavam comprar bitcoins. Outros bancos estariam adotando práticas semelhante­s e muitos se negaram a abrir contas para a compra de moedas virtuais.

“As informaçõe­s trazidas aos autos parecem demonstrar que, de fato, os principais bancos estão impondo restrições ou mesmo proibindo o acesso de corretoras de criptomoed­as ao sistema financeiro, o que pode trazer prejuízos a essas corretoras”, concluiu a superinten­dência-geral do Cade.

O órgão, porém, negou o pedido apresentad­o pela associação de adoção de medida preventiva contra os bancos por não entender que existe urgência.

Procurado, o BB disse, por meio de nota, que prestou todas as informaçõe­s solicitada­s pelo Cade. O Itaú Unibanco informou, em nota, que “colaborará com o Cade nos esclarecim­entos necessário­s”. Bradesco, Santander, Banco Inter e Banco Sicredi não comentaram. Ao Cade, os bancos alegaram que encerram as contas por entender que essas não seguem precauções para evitar atividades ilícitas.

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