Desmantelamento, mas só depois de gesto americano
SÃO JORNALISTAS
Kim Jong-un apresentou ontem uma proposta para desmantelar a principal instalação nuclear do país, mas só se os EUA fizerem concessões primeiro. Donald Trump considerou o acontecimento encorajador, mas não assumiu novos compromissos. Kim e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, se encontraram em Pyongyang para avançar no processo de paz e no diálogo com os EUA.
Kim prometeu ir a Seul, o que seria a primeira visita oficial de um líder norte-coreano, e se comprometeu a permitir que “inspetores” verificassem que uma importante instalação de mísseis foi desativada. O diálogo deve melhorar relação entre as Coreias e preparar o caminho para uma segunda cúpula entre Kim e Trump, no fim do ano.
Especialistas dizem que as negociações são imprevisíveis, embora Trump tenha reagido positivamente, principalmente à proposta de candidatura conjunta das Coreias aos Jogos Olímpicos. Espera-se que o americano se reúna com Moon na segunda-feira, em Nova York, na abertura da AssembleiaGeral da ONU. Moon deve usar a reunião para aproximar os dois ainda mais.
As conversas entre EUA e Coreia do Norte chegaram a um impasse sobre quem deveria dar o próximo passo. Washington quer que Pyongyang desative seu programa nuclear. A Coreia do Norte pressiona para que os EUA declarem formalmente o fim da Guerra da Coreia.
Ontem, Pyongyang se comprometeu a “desativar permanentemente” um local de testes de mísseis. Chung Eui-yong, diretor da Agência de Segurança Nacional da Coreia do Sul, descreveu a medida como “uma conquista concreta”, acrescentando que os inspetores dos EUA estariam entre os teriam permissão para verificá-la.
Mas ainda não há promessas novas e concretas para satisfazer muitos especialistas. Dentro do governo Trump, altos funcionários querem que a Coreia do Norte revele suas instalações nucleares e de mísseis, em vez de fazer concessões unilaterais e fragmentadas. Especialistas também acreditam que Kim siga construindo armas nucleares.
Por isso, Gi-Wook Shin, diretor do Centro de Pesquisas Shorenstein, da Universidade de Stanford, considerou o resultado “decepcionante” em termos de desnuclearização, já que não há sinal da disposição de Pyongyang de fazer uma prestação de contas completa de suas instalações nucleares e de mísseis.