‘Fenômeno pode ser eficaz para amplificar mensagem’
Os robôs são usados nas redes sociais para amplificar o alcance de uma mensagem ou publicação e conseguir gerar o engajamento de pessoas comuns a conteúdo político. “Nem tudo se torna viral, mas há situações em que as pessoas gostam do conteúdo (compartilhado por um robô) e também compartilham. O retuíte é feito por um humano, mas muitos também já foram feitos antes por robôs”, explica o especialista Filippo Menczer.
“Robôs são importantes em amplificar o alcance de uma mensagem para ganhar a reação de humanos”, afirma o professor, um dos autores de estudo sobre o uso de robôs nas eleições americanas de 2016. Os robôs, chamados nos EUA de bots, são contas automatizadas que geram e compartilham conteúdo simulando ação humana.
Menczer é professor de Ciência da Computação e Informática e diretor do Centro para Pesquisa de Redes Complexas e Sistemas da Universidade de Indiana, com pesquisas sobre o modo de disseminar informação e desinformação nas redes.
O uso de contas automatizadas e a influência delas em campanhas é um tema explorado nos EUA, onde plataformas sociais e autoridades investigam a interferência de russos em 2016. Pelas investigações, russos usaram “trolls” – pessoas pagas para gerar conteúdo ou com crença sobre o que estão compartilhando – para criar conteúdo contrário a Hillary Clinton.
Os robôs também retuitaram mensagens de Trump durante as eleições. Segundo apuração interna do próprio Twitter, robôs russos retuitaram cerca de 470 mil vezes postagens de Trump no período eleitoral.
Ao analisar as eleições americanas, Menczer pesquisou o caminho de conversas que pareciam geradas artificialmente para identificar o uso dos robôs para retuitar outra conta artificial de forma sequencial. A ideia, segundo ele, é levar o tema aos “trending topics” – assuntos mais comentados do Twitter.