Banco Central facilita transferências de até R$ 10 mil do exterior
Destinatário receberá os recursos em sua conta no Brasil, em reais, sem a necessidade de fazer operações de câmbio
O Banco Central decidiu facilitar as transferências de recursos de brasileiros que estão no exterior para suas famílias no Brasil. Circular editada ontem pela instituição permite que o destinatário final receba o dinheiro, em reais, em sua conta corrente ou de poupança, sem a necessidade de fazer operações de câmbio ou arcar com custos adicionais. A novidade valerá para transferências equivalentes a até R$ 10 mil.
Antes, quando um trabalhador que está em outro país enviava recursos para sua família no Brasil, o destinatário precisava realizar operação de câmbio (trocar a moeda estrangeira por reais). O processo era mais burocrático e era preciso arcar com custos operacionais. Além disso, até que a operação fosse feita, não se sabia exatamente quanto o destinatário receberia, em reais.
Agora, conforme o BC, todos os custos da operação ficarão a cargo do remetente, no banco de origem. Assim, um trabalhador brasileiro que estiver no exterior resolverá toda a questão do envio em seu banco no país de origem. Quando o dinheiro chegar à conta corrente do familiar, no Brasil, ele já estará convertido em reais e não haverá burocracia.
Os dados mais recentes do BC mostram que as receitas do País com essas transferências pessoais somaram US$ 1,48 bilhão de janeiro a julho. Apenas em julho, foram US$ 211 milhões. Por outro lado, o País registrou despesas de US$ 1,23 bilhão de janeiro a julho deste ano.
Neste caso, o montante equivale ao envio, por trabalhadores que estão no Brasil, de recursos a suas famílias em outros países. Ainda assim, o saldo é positivo: até o sétimo mês do ano o Brasil contabiliza entrada líquida de US$ 245 milhões.
O BC ressalta que a mudança anunciada ontem abarca apenas as transferências entre pessoas físicas, e não o pagamento por serviços ou por operações comerciais.
As novas regras entram em vigor em 1.º de novembro. No entanto, o Banco Central informou que o novo sistema é facultativo. “As instituições financeiras que quiserem operá-la adotarão políticas e procedimentos em seu relacionamento com a instituição remetente dos recursos no exterior, inclusive em relação à prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento ao terrorismo”, explicou o BC, na nota.