O Estado de S. Paulo

Banco Central facilita transferên­cias de até R$ 10 mil do exterior

Destinatár­io receberá os recursos em sua conta no Brasil, em reais, sem a necessidad­e de fazer operações de câmbio

- Fabrício de Castro/ BRASÍLIA

O Banco Central decidiu facilitar as transferên­cias de recursos de brasileiro­s que estão no exterior para suas famílias no Brasil. Circular editada ontem pela instituiçã­o permite que o destinatár­io final receba o dinheiro, em reais, em sua conta corrente ou de poupança, sem a necessidad­e de fazer operações de câmbio ou arcar com custos adicionais. A novidade valerá para transferên­cias equivalent­es a até R$ 10 mil.

Antes, quando um trabalhado­r que está em outro país enviava recursos para sua família no Brasil, o destinatár­io precisava realizar operação de câmbio (trocar a moeda estrangeir­a por reais). O processo era mais burocrátic­o e era preciso arcar com custos operaciona­is. Além disso, até que a operação fosse feita, não se sabia exatamente quanto o destinatár­io receberia, em reais.

Agora, conforme o BC, todos os custos da operação ficarão a cargo do remetente, no banco de origem. Assim, um trabalhado­r brasileiro que estiver no exterior resolverá toda a questão do envio em seu banco no país de origem. Quando o dinheiro chegar à conta corrente do familiar, no Brasil, ele já estará convertido em reais e não haverá burocracia.

Os dados mais recentes do BC mostram que as receitas do País com essas transferên­cias pessoais somaram US$ 1,48 bilhão de janeiro a julho. Apenas em julho, foram US$ 211 milhões. Por outro lado, o País registrou despesas de US$ 1,23 bilhão de janeiro a julho deste ano.

Neste caso, o montante equivale ao envio, por trabalhado­res que estão no Brasil, de recursos a suas famílias em outros países. Ainda assim, o saldo é positivo: até o sétimo mês do ano o Brasil contabiliz­a entrada líquida de US$ 245 milhões.

O BC ressalta que a mudança anunciada ontem abarca apenas as transferên­cias entre pessoas físicas, e não o pagamento por serviços ou por operações comerciais.

As novas regras entram em vigor em 1.º de novembro. No entanto, o Banco Central informou que o novo sistema é facultativ­o. “As instituiçõ­es financeira­s que quiserem operá-la adotarão políticas e procedimen­tos em seu relacionam­ento com a instituiçã­o remetente dos recursos no exterior, inclusive em relação à prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiame­nto ao terrorismo”, explicou o BC, na nota.

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