Dólar cai abaixo de R$ 4 após mais de um mês
Moeda dos EUA recua 0,92% e fecha cotada a R$ 3,99%; Bolsa sobe 1,7% e retoma os 80 mil pontos, com ajuda de cenário externo favorável
O ambiente externo mais favorável e a percepção de que o segundo turno da eleição presidencial deverá ser mesmo entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) levaram o dólar a fechar abaixo de R$ 4 pela primeira vez desde 20 de agosto. A moeda americana recuou 0,92%, cotada a R$ 3,99. Contribuiu para o movimento declarações mais moderadas dos presidenciáveis do PSL e do PT.
O banco francês Société Generale ressaltou em relatório que o quadro político está mais claro agora quando comparado há alguns meses, quando vários nomes disputavam uma vaga no segundo turno. “A disputa se estreitou significativamente”, diz o estrategista do banco, Dev Ashish, comentando a liderança de Bolsonaro e Haddad. Apesar da menor incerteza, os riscos persistem, e quem vencer precisará se articular bem para conseguir avançar com as reformas. “Haddad se sairia melhor em forjar alianças que Bolsonaro”, escreve ele.
Sinalizando que estão menos pessimistas com o Brasil no curto prazo, os investidores estão migrando de posições compradas, que apostam na alta da moeda americana, para posições vendidas.
A virada aconteceu anteontem com o comunicado do Federal Reserve, o banco central americano, reforçando o gradualismo na elevação de juros nos EUA, e foi intensificada ontem, quando profissionais do mercado cambial e acionário relataram forte apetite por risco por parte de estrangeiros. “Hoje (ontem), vemos uma entrada grande de estrangeiros vendendo dólar”, diz o diretor da mesa de clientes do banco Standard Chartered, Rafael Biral.
Bolsa. No Brasil, o maior apetite de estrangeiros ao risco fez o Ibovespa operar com ganhos durante toda a sessão e retomar os 80 mil pontos, no maior patamar desde 7 de agosto. O índice encerrou com valorização de 1,71%. Também contribuiu para a alta do Ibovespa a disparada das ações da Petrobrás após acordo fechado nos Estados Unidos.