A VOLTA DA CONFIANÇA DO CONSUMIDOR
Depois de dois anos fracos, os setores têxtil e de vestuário retomam o crescimento e esperam acelerar ainda mais nos próximos meses
Quebrando uma estagnação que durava pelo menos dois anos, a categoria Têxtil e Vestuário voltou a sentir o gosto do crescimento em 2017. Que o digam as três empresas de destaque do estudo Estadão Empresas Mais –Calçados Beira Rio, Grendene e Riachuelo –, que reencontraram os bons resultados e se preparam agora para manter o ritmo de incremento.
Campeã da categoria, a Calçados Beira Rio teve uma média diária de produção de 380 mil pares em 2017, chegando a 108 milhões de pares produzidos exclusivamente no Brasil. Neste ano, já atingiu 440 mil pares por dia, o que deve fazer aumentar o contingente de 10.634 colaboradores diretos – e 10.679 indiretos – nas 11 unidades que mantém em diferentes cidades do Rio Grande do Sul.
A diretora comercial e de marketing da Calçados Beira Rio, Maribel Silva, reconhece que 2017 foi um ano bom, apesar da volatilidade do mercado. Segundo ela, o segredo está na aposta em talentos internos, que serviram para preservar intactos os aspectos financeiros da empresa e abriram espaço para habilidades mercadológicas e humanísticas que alimentaram esse crescimento.
Os produtos da companhia estão presentes em 85 países e o sucesso é fruto de ideias simples e funcionais. “Nas marcas Beira Rio Conforto e Moleca, a entrada mais forte do design esportivo com uso casual promoveu 35% de crescimento. Na Vizzano, a inserção dos tênis e modelos mais sofisticados em sandálias e scarpins para festa representou 25% de incremento comercial”, revela.
A executiva conta ainda que, na marca Modare Ultraconforto, a expansão da presença da tecnologia do wellness em solados, palmilhas e demais componentes fez a coleção evoluir 20% no faturamento. “Já nas infantis Molekinha e Molekinho, a estética bem trabalhada da ludicidade contribuiu para que a empresa angariasse mais sucesso no segmento, principalmente, nas categorias RN e Bebê”, celebra.
MAIS CALÇADOS
Também do segmento de calçados, a Grendene, segunda colocada na categoria, fechou 2017 com 171,4 milhões de pares vendidos. No primeiro semestre de 2018, registrou receita bruta de R$ 1,2 bilhão e 73,4 milhões de pares vendidos. E ainda há espaço para crescer. Com cerca de 20 mil funcionários e capacidade instalada para produzir 250 milhões de pares anualmente, a companhia é uma das maiores produtoras globais de calçados.
Para manter o ritmo de crescimento, a empresa – com presença em mais de 100 países – lançou, somente em 2017, 1.413 produtos. Não por acaso, é a líder em exportações de calçados brasileiros pelo 16º ano consecutivo: respondeu por 34,8% dos calçados exportados no primeiro semestre de 2018.
Na terceira colocação, a Riachuelo fechou o ano de 2017 com lucro líquido de R$ 570,3 milhões, 79,6% mais que em 2016. No ano passado, a rede inaugurou 12 lojas, lançou sua frente de comércio eletrônico e intensificou o processo de modernização das antigas lojas.
Segundo Pedro Siqueira, diretor executivo da rede, os resultados são fruto de um modelo integrado que abrange desde a matéria-prima agregada na fábrica até o produto acabado na loja. “A base do nosso negócio é produto/coleção e o aprimoramento da reação com velocidade nas etapas dessa cadeia nos dá diferencial competitivo.”
Como resultado, a empresa consolidou o projeto de implantação de perfumaria em quase todas as suas lojas. “As lojas, aliás, vêm ganhando projetos com novo padrão de apresentação, com mais apelo de sofisticação, sustentados por novos equipamentos de visual merchandising e iluminação.”
Calçados Beira Rio chegou à marca de 108 milhões de pares produzidos exclusivamente no Brasil
“Nas marcas Beira Rio Conforto e Moleca, por exemplo, a entrada mais forte do design esportivo com uso casual promoveu 35% de crescimento” Maribel Silva, diretora comercial e de marketing da Calçados Beira Rio