Culto da Universal exibe vídeo contra ‘kit gay’
No dia seguinte à declaração de apoio do bispo Edir Macedo ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), um culto ontem na sede da Igreja Universal do Reino de Deus em Brasília exibiu vídeo contra o “kit gay” – termo usado pelo candidato do PSL para o projeto Escola sem Homofobia, vetado pelo governo federal em 2011.
Bolsonaro não foi citado, nem seu virtual adversário no segundo turno, Fernando Haddad (PT), ex-ministro da Educação. O material de orientação sexual era atribuído ao Ministério da Educação na gravação apócrifa que reunia depoimentos de supostos professores e alunos, além de trechos de reportagens da TV Record com parlamentares, religiosos e especialistas.
“Acredito que não é esse o Brasil que você quer”, disse um pastor aos fiéis. Após a gravação, os fiéis oraram pelo Congresso para “expulsar o demônio do parlamento” e “amarrar projetos de lei diabólicos”. Seguidores da igreja usavam adesivos com nome e número de candidatos do PRB colados na roupa dentro do templo.
Apesar da expectativa de que Bolsonaro tenha a maioria dos votos evangélicos, o peso do segmento ainda é incerto. O professor de Ciência Política do Ibmec Fábio Lacerda pondera que este voto tem mais efeito nas eleições proporcionais. “Não é claro e evidente que os fiéis vão seguir os pastores na eleição par cargos do Executivo. Há outras determinantes.”
Armas. Uma das propostas de Bolsonaro que divide o meio evangélico é a liberação do porte de armas. No programa de governo, consta “reformular o Estatuto do Desarmamento para garantir o direito do cidadão à legítima defesa”. “É um dos pontos que faz com que muitos evangélicos não consigam votar nele”, diz o pastor Luiz Roberto Silvado, presidente da Convenção Batista Brasileira.