‘Não vejo risco’, afirma Moro sobre tornar a delação pública
Ao levantar sigilo, juiz federal diz que, havendo uma ação penal em andamento, publicidade (dos fatos) se impõe
O juiz Sérgio Moro, ao retirar o sigilo da delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci, ontem, afirmou que não vê “riscos às investigações”. “Dos depoimentos prestados por Antonio Palocci no acordo, o termo de colaboração n.º 1 diz respeito ao conteúdo do presente feito. Examinando o seu conteúdo, não vislumbro riscos às investigações em outorgar-lhe publicidade.” De acordo com o juiz, “havendo, ademais, ação penal em andamento, a publicidade se impõe”.
Essa parte da delação de Palocci integra os autos de uma das ações penais da Lava Jato na qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na compra deapartamento em São Bernardo do Campo e de um terreno que seria destinado ao Instituto Lula. Os imóveis, segundo denúncia do Ministério Público Federal foram pagos pela Odebrecht como propina.
O ex-presidente ainda é réu na Justiça do Paraná no caso do sítio em Atibaia (SP), também por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo a acusação, empreiteiras teriam pago propina a Lula por meio de obras e benfeitorias na propriedade rural. O petista nega.
A defesa de Lula afirmou que, com a decisão de ontem, Moro “é responsável por mais uma interferência arbitrária e ilegal no processo de eleições”.