O Estado de S. Paulo

Candidato do PSL cresce mesmo após ‘jabuticaba’ do vice

- Rodrigo Augusto Prando CIENTISTA SOCIAL E DOUTOR EM SOCIOLOGIA, É PROFESSOR E PESQUISADO­R DO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DO MACKENZIE

Apesquisa Ibope divulgada ontem apresenta um cenário melhor, nestas projeções, para Bolsonaro que saiu de 27% para 31%, ou seja, quem já havia apostado que tinha chegado ao seu teto, enganou-se. Mais ainda: foi o maior aumento desde o ataque sofrido e, ainda, não houve impacto negativo das declaraçõe­s, por exemplo, de seu vice que fez críticas ao 13.º salário e as férias do trabalhado­r brasileiro. Essa “jabuticaba” foi bem doce para ambos. Outros apostaram que, nesse momento, Haddad já estaria bem próximo de Bolsonaro. Assim, Haddad na rodada anterior estava com 21% e manteve esse índice. No que se pode depreender, ambos, Bolsonaro e Haddad, rumam para o segundo turno. Marina só fez cair e Alckmin e Ciro encontram-se, dentro da margem de erro, empatados. No segundo turno, entre Bolsonaro e Haddad onde antes havia vitória de Haddad, hoje, há um empate de 42% para cada um, mas com Bolsonaro subindo de 38% para 42% e Haddad mantendo esse porcentual. Em tela as rejeições de ambos: Bolsonaro mantém sua rejeição em torno 44% e, surpreende, no caso do petista que saiu de 27% para 38% de rejeição, isto é, tornou-se mais conhecido e, ao mesmo tempo, mais rejeitado como candidato do PT e de Lula.

Pouco provável que Ciro ou Alckmin, a não ser que contem com fato bombástico que mexa com a opinião pública e com o eleitorado, consigam chegar no segundo turno. E, num segundo turno, com Bolsonaro e Haddad nada está definido e tudo vai depender das alianças, apoios e das formas com que ambos conduzirão suas campanhas. Quem trará mais apoios: o bolsonaris­mo ou o lulismo? Veremos, em breve.

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