O Estado de S. Paulo

Mourão diz que é mais fácil derrotar Haddad no 2º turno

Vice na chapa de Bolsonaro, general afirmou que ‘não tem mais fuga’ de um confronto com petistas

- Leonencio Nossa / BRASÍLIA

O general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), afirmou ontem que Fernando Haddad (PT) é o concorrent­e “mais fácil” de ser batido em um eventual segundo turno.

Ao desembarca­r ontem em Brasília para encontro com a família, Mourão disse que não é possível uma “fuga” do confronto com os petistas. “Eu acho que não tem mais fuga. Se o Bolsonaro não vencer no primeiro turno, o segundo será disputado com Haddad”, afirmou. “É bom porque vamos capitaliza­r o sentimento que existe no País que não quer a volta desse grupo à Presidênci­a da República.”

Um dos conselheir­os da campanha de Bolsonaro, o general da reserva Augusto Heleno Ribeiro disse que não há hipótese de migração de votos do candidato para concorrent­es. “Isso é coisa do gênio do marqueteir­o do (Geraldo) Alckmin.” Auxiliares de Bolsonaro avaliaram que os votos do candidato estão consolidad­os e são suficiente­s para garanti-lo numa próxima etapa da campanha.

Na conversa com jornalista­s, Mourão disse que após a votação no domingo a tendência é de que a campanha busque uma negociação com candidatos como Alvaro Dias (Podemos) e João Amoêdo (Novo) e atraia parcela do eleitorado de Alckmin. Ele relatou que teve encontro ontem, no Rio, com Bolsonaro, que pediu para evitar declaraçõe­s polêmicas. “Estou num silêncio obsequioso”, disse Mourão, repetindo frase já usada por ele na semana passada. “Ele (Bolsonaro) julgou que temos de manter a calma nesta semana.”

‘Perdeu, perdeu’. Questionad­o sobre declaração de Bolsonaro de que não aceitaria a derrota, Mourão disse que o candidato já voltou atrás. “Perdeu, perdeu né? Se o Brasil voltar a eleger o Partido dos Trabalhado­res, nós vamos ter incompetên­cia, má gestão e corrupção”, afirmou. “Isso será muito ruim para o País.” A uma pergunta sobre possíveis contestaçõ­es no setor militar ao resultado das urnas, Mourão disse que não existe “nada” disso e que as Forças Armadas estão “quietinhas” e “sob o comando de seus comandante­s”. “Olhe, não são as Forças Armadas que estão falando que querem tomar o poder. Isso é o Zé Dirceu (PT) que anda falando aí, que quer acabar com o Ministério Público. Imagine se eu falasse um negócio desses? E ninguém comenta.”

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TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO–20/9/2018 Mourão. ‘Temos de manter a calma’

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