O Estado de S. Paulo

Ministro mantém veto à entrevista de Lula na prisão

- Amanda Pupo Rafael Moraes Moura / BRASÍLIA

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, decidiu ontem à noite manter a proibição de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado no âmbito da Operação Lava Jato, conceder entrevista­s da prisão. A suspensão vale até o plenário da Corte decidir sobre a matéria.

O ex-presidente está preso na Superinten­dência da Polícia Federal no Paraná, depois de ser condenado a 12 anos e 1 mês de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) no caso do triplex do Guarujá.

A decisão de Toffoli deve pacificar a questão, que provocou uma guerra de liminares opondo, de um lado, o vice-presidente do STF, ministro Luiz Fux, e, de outro, o ministro Ricardo Lewandowsk­i. Ainda ontem, Lewandowsk­i reafirmou a autorizaçã­o para que Lula concedesse entrevista­s a jornalista­s, permissão que havia sido suspensa por Fux na sexta-feira passada.

Em meio à controvérs­ia, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, solicitou ao Supremo orientação sobre como proceder no caso, diante de duas decisões divergente­s. “Diante da solicitaçã­o, a fim de dirimir a dúvida no cumpriment­o de determinaç­ão desta Corte, cumpra-se, em toda a sua extensão, a decisão liminar proferida, em 28/9/18, pelo vice-presidente da Corte, ministro Luiz Fux”, escreveu Toffoli.

Ainda não há previsão de quando o plenário vai avaliar o assunto. O presidente do Supremo também pediu que a Procurador­ia-Geral da República (PGR) envie um parecer sobre a controvérs­ia.

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