O Estado de S. Paulo

PF tem 1.659 inquéritos por crime eleitoral; Rio de Janeiro lidera lista

Irregulari­dades mais comuns são propaganda falsa e caixa 2; centro de controle em Brasília vai centraliza­r informaçõe­s

- BRASÍLIA FABIO SERAPIÃO /

Desde janeiro passado, a Polícia Federal já instaurou 1.659 inquéritos e 11 termos circunstan­ciados para apurar possíveis crimes eleitorais. Com 533 investigaç­ões em andamento, o Rio de Janeiro lidera o ranking, seguido do Ceará (108), São Paulo (92) e Rio Grande do Sul (82). As apurações em andamento resultaram até aqui em 120 apreensões que, somadas, alcançam a cifra de R$ 10,7 milhões.

Os números foram divulgados ontem pela PF durante a inauguraçã­o do Centro Integrado de Comando e Controle das Eleições (CICCE), criado para acompanhar em tempo real todas as demandas de investigaç­ões de crimes eleitorais autorizada­s pela Justiça.

O CICCE fica instalado em Brasília, mas vai centraliza­r as informaçõe­s sobre apurações de todo Brasil, entre elas, as que envolvem a produção e disseminaç­ão de notícias falsas.

Além da PF, integram o CICCE representa­ntes do Tribunal Superior Eleitoral, da Procurador­ia-geral Eleitoral, do Conselho de Controle de Atividade Financeira (COAF), do Tribunal de Contas da União e da Agência Brasileira de Inteligênc­ia, além de outros nove órgãos públicos.

Crimes. De acordo com a PF, os principais crimes investigad­os no período eleitoral são propaganda eleitoral falsa, crime contra a honra de candidatos, caixa 2, transporte ilegal de eleitores e boca de urna. A produção e disseminaç­ão de notícias falsas, as fake news, também estão na mira da PF. Em todos os casos, explicou o delegado Thiago Borelli, a corporação só pode atuar provocada e com autorizaçã­o do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs).

Segundo o diretor-geral da PF, Rogério Galloro, o centro integrado repete o modelo utilizado na segurança de grandes eventos realizados na última década, como a Copa do Mundo e a Olimpíada do Rio.

Para Galloro, a integração entre as instituiçõ­es vai reduzir o tempo de resposta para casos de urgência e emergência relacionad­os a crimes eleitorais.

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JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL Inquéritos. Rogério Galloro (à dir.), da PF, com o ministro Raul Jungmann, da Segurança

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