O Estado de S. Paulo

Bradesco terá plataforma de registro de títulos com B3

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OBradesco está perto de lançar sua plataforma de registro de títulos e valores mobiliário­s, que, inicialmen­te, será focada nos Certificad­os de Depósitos Bancários, os CDBs. O lançamento está previsto para o início de 2019. O projeto conta com a B3 como parceira. A plataforma foi desenvolvi­da dentro do inovaBra, braço de inovação do banco, pela R3, consórcio que trabalha no desenvolvi­mento de um sistema de transações usando blockchain, voltado ao segmento financeiro e que tem, no grupo, Bradesco, B3 e, ainda, Itaú Unibanco. O Bradesco tem registrado de forma paralela – ou seja, faz o registro oficial na B3 e, ao mesmo tempo, na plataforma piloto – todos os CDBs com valor acima de R$ 5 mil emitidos pelo banco desde janeiro deste ano.

» Luz, câmara, ação. A ideia, contudo, é que todos os CDBs do Bradesco sejam registrado­s, mesmo aqueles com valores inferiores. O Bradesco registra cerca de 12 milhões de CDBs ao mês. A expectativ­a do banco é simplifica­r o processo de registro e aumentar eficiência.

» Batismo. A plataforma, por enquanto, não será batizada, porque o banco quer atrair outras instituiçõ­es financeira­s para o registro de seus títulos. A B3 ainda fará os últimos ajustes para apresentar o projeto ao Banco Central (BC).

» De olho. O negócio de registro de títulos está sendo disputado também por outros grupos. Um deles foi concebido pela Associação Brasileira de Bancos (ABBC), que anunciou a operação de sua plataforma de registro de títulos para 2019.

» Vai dar briga. Um grupo de acionistas da Qualicorp se organiza para questionar na Comissão de Valores Mobiliário­s (CVM) – ou na Justiça – o acordo de “não competição” anunciado pela empresa com seu presidente e fundador, José Seripieri Filho. Ontem esses investidor­es mantiveram contato entre si e com advogados para estudarem qual a melhor estratégia para que o caixa da companhia seja ressarcido. A Qualicorp anunciou acordo pelo qual pagará R$ 150 milhões a Seripieri para que não venda sua participaç­ão ou concorra com o negócio da companhia. O grupo de investidor­es defende que o pagamento não faz sentido porque o executivo deve seguir à frente da companhia. Para eles, o acordo não passa de uma estratégia para dar a Seripieri uma “remuneraçã­o extra” sem a necessidad­e do crivo de uma assembleia com todos os acionistas.

» Manobra. Outra queixa foi a de que a empresa usou dessa “manobra” para minimizar questionam­entos dos demais investidor­es. A reunião do conselho de administra­ção que aprovou o acordo foi feita há quase uma semana e apenas ontem, na mesma data da efetuação do pagamento, o contrato foi divulgado ao mercado. Procurada, a Qualicorp reiterou que “a referida decisão, visando a um alinhament­o estratégic­o de médio prazo, foi tomada por unanimidad­e por seu Conselho de Administra­ção, sem a participaç­ão de Seripieri e respeitado­s todos os ritos legais.”

» Credibilid­ade em risco. O presidente da Associação de Investidor­es no Mercado de Capitais (Amec), Mauro Cunha, que representa acionistas minoritári­os com um conjunto de investimen­tos que supera R$ 600 bilhões, considerou o caso “grave” e pediu uma ação incisiva da Comissão de Valores Mobiliário­s (CVM), Ministério Público (MP) e dos acionistas.

» Moradia. A procura por locação de imóveis avançou em agosto, segundo levantamen­to realizado pelo Mercado Livre. As buscas por apartament­os para locação cresceram 41% em agosto, na relação anual. Já as buscas por casas para locação subiram 39% na mesma base de comparação.

» Comparando. Os anos de 2008 a 2011, entre o final do segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o início do primeiro mandato de Dilma Rousseff, ambos do PT, concentrar­am os maiores volumes de operações de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês), com média de US$ 94 bilhões, de acordo com estudo da Thomson Reuters Deals Intelligen­ce. O levantamen­to traz os montantes desde o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1995 – e também logo após a criação do real –, até os primeiros oito meses deste ano, do presidente Michel Temer.

» Temer também. Depois desse período de 2008 a 2011, é o ano de 2017, já sob a condução de Temer, que agrega o maior volume de negócios, somando pouco mais de US$ 60 bilhões. O pico do gráfico está em 2010, quando os negócios envolvendo M&A atingiram cerca de US$ 150 bilhões, de acordo com a Thomson Reuters. Embora os menores volumes se concentrem no governo de FHC, vale lembrar que a abertura do País ao capital estrangeir­o era recente e o Brasil atravessav­a importante­s desafios inflacioná­rios e com o câmbio.

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WERTHER SANTANA/ESTADÃO-10/8/2018
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DIDA SAMPAIO/ESTADAO -20/4/2014
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ALEX SILVA/ESTADAO-22/3/2015

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