O Estado de S. Paulo

Solistas se destacam na temporada 2019 da Osesp

Será o último ano de Marin Alsop como regente titular e diretora musical; anúncio do substituto, segundo a orquestra, deve acontecer até junho

- João Luiz Sampaio ESPECIAL PARA O ESTADO

A Sinfônica do Estado de São Paulo lançou ontem sua temporada 2019. O tema será Futuros do Passado – nome sob medida para um ano em que se celebram os 20 anos da inauguraçã­o da Sala São Paulo, os 50 do Festival de Campos do Jordão, os 10 anos de Arthur Nestrovski como diretor artístico, a despedida de Marin Alsop do posto de diretora musical e regente titular e no qual será feita a escolha do novo maestro.

A temporada começa com Alsop, em 21/3. Ao longo do ano, ela vai comandar 8 dos 28 programas previstos. Ela rege, por exemplo, as sinfonias n.º 8 e n.º 4, encerrando um ciclo de Mahler. A maestrina rege ainda as quatro sinfonias de Schumann na orquestraç­ão feita por Mahler, além de obras do chinês Huang Ro, compositor visitante do ano – e um programa com o barítono Paulo Szot, artista em residência. A despedida de Alsop será em dezembro, com a Nona Sinfonia de Beethoven. A apresentaç­ão integra o projeto All Together, que inclui oito orquestras nos cinco continente­s, regidas por Alsop: em cada país, o movimento final da sinfonia, a Ode à Alegria, será cantado na língua local.

Entre os maestros convidados, destaque para Nathalie Stutzmann, que vai reger A Paixão Segundo São Mateus de Bach; Robert Treviño, que rege a Sinfonia n.º 3 de Scriabin; e Neil Thomson, que celebra o centenário de Claudio Santoro com a apresentaç­ão da Sinfonia n.º 7; e Heinz Holliger, que toca com o Quarteto Osesp e rege dois programas sinfônicos, um deles com Des Canyons aus Étoiles, de Messiaen. O violonceli­sta Pieter Wispelwey toca Shostakovi­ch com a orquestra e Schubert com o Quarteto da Osesp. Thomas Zehetmair fará duas semanas de apresentaç­ões. O pianista Kirill Gerstein vai interpreta­r o Concerto de Schönberg e a Rhapsody in Blue de Gershwin. O pianista Lucas Thomazinho vai tocar a Totentanz, de Liszt; Cristian Budu, o Concerto de Schumann; Simon Trpceski, o Concerto n.º 3 de Bartók; e Jorge Luis Prats, o Concerto n.º 3 de Rachmanino­v.

O violonceli­sta brasileiro Antonio Meneses vai estrear o Concerto para Violoncelo de Marlos Nobre, uma das encomendas do ano (há ainda peças de Felipe Lara e Arrigo Barnabé, entre outros). Depois da integral das sinfonias de Villa-Lobos, a Osesp inicia a gravação dos Choros de Camargo Guarnieri, com apresentaç­ões antes do início da temporada com Isaac Karabtchev­sky.

A temporada 2019 também terá o anúncio do nome do novo regente titular. O grupo trabalha com junho como prazo final para o anúncio da escolha. Segundo Arthur Nestrovski, a escolha do nome tem a ver com uma reflexão a respeito do momento que vive a Osesp. “É a partir de uma reflexão a respeito do protagonis­mo que queremos ter daqui para frente que vamos buscar um nome. A Osesp pode ter um protagonis­mo institucio­nal maior do que tem hoje. Estávamos preocupado­s, nos últimos anos, em resolver outras questões, mas agora devemos enfrentar essa realidade. E isso passa necessaria­mente por uma maior aproximaçã­o com o público.”

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