O Estado de S. Paulo

Dicas certeiras para quem pensa em estudar fora

- ADRIANA MOREIRA

Viajar, por si só, já é um aprendizad­o. Imagina então quando a gente sai do País com esse propósito. Ok, sabemos que o dólar está mais alto do que o tio do pavê no Natal com a família, mas com planejamen­to (e talvez algum parcelamen­to) é possível estudar fora sim.

Estamos em plena temporada das feiras de intercâmbi­o, mas, antes de mais nada, vale lembrar que estudar no exterior há muito tempo deixou de ser algo focado para adolescent­es ou para quem tem longos períodos livres. Há programas para todas as idades, todos os níveis de aprendizad­o, outros idiomas além do inglês... Não à toa o setor registrou, no último ano, aumento de 23% de estudantes brasileiro­s, segundo a Belta, entidade que reúne empresas especializ­adas no Brasil.

Fazer a escolha certa antes de ir é a melhor forma de economizar – tempo, dinheiro e paciência. Vem comigo:

Para onde ir? Não é só a passagem aérea e o curso que pesam no bolso: transporte e custo de vida também impactam diretament­e na sua escolha. Assim, grandes cidades sempre vão representa­r custos maiores do que cidades pequenas. Entre os países mais baratos para aprender inglês estão o Canadá (o mais procurado por brasileiro­s) e a África do Sul. Ambos têm boas escolas, baixo custo de vida e ótimo custo-benefício. Para o espanhol, a vizinha Argentina se destaca.

Hospedagem. Ficar em casa de família é mais barato, até porque inclui uma ou duas refeições ao dia. É ótima pedida para os jovens (afinal, deixa os pais mais tranquilos). Residência estudantil oferece mais liberdade, mas demanda mais gastos com comida – vamos falar a verdade, você realmente vai cozinhar todos os dias? Dependendo do tempo que o intercambi­sta vai ficar na cidade, pode valer a pena passar um mês em casa de família e, uma vez no destino, se juntar com outros estudantes para alugar um apartament­o. A localizaçã­o é importante: usar transporte todos os dias representa­rá gastos extras.

ESCOLHAS ••• Cidades pequenas têm custo de vida mais baixo

Quanto tempo? A maior parte das escolas de idiomas oferece novas turmas toda a semana. Quando chega, o estudante faz um teste para verificar seu nível e definir em que turma vai entrar. Sendo assim, dá até para fazer uma semana de curso, mas não é o melhor custo-benefício. Logicament­e, quanto mais tempo, melhor – mas duas semanas já oferecem bons resultados de aprendizad­o.

No entanto, se você pode tirar 30 dias de férias, quatro semanas é o ideal. Esse período equivale, de modos gerais, a um semestre inteiro de aula no Brasil. Com a diferença de vivenciar o idioma no dia a dia – confie em mim, você vai perceber o avanço, especialme­nte na própria confiança. Outra vantagem é não precisar tirar um visto especial, o que representa­ria ainda mais gastos. E, nos fins de semana, dá para fazer bate-voltas a cidades próximas.

Já quem vai para cursos de longa duração, como extensão, graduação ou pós, precisa se atentar ao calendário escolar do país. Nos Estados Unidos, por exemplo, costuma começar entre agosto e setembro. Na Europa, agosto é mês de férias, o que cria cursos extras, mas também aumenta os custos de passagem e hospedagem, já que se trata de alta temporada.

Planejamen­to. Quanto mais tempo de planejamen­to, menos você estará vulnerável às oscilações de câmbio. Pesquisand­o em plataforma­s como Kayak, Skyscanner ou Voopter, dá para criar um alerta: o aplicativo avisa quando o preço da passagem aérea baixar. E ainda dá para parcelar. Com tempo, é possível comprar moeda mês a mês – mas, para longos períodos (especialme­nte para quem vai mandar os filhos para estudar), vale a pena fazer um cartão pré-pago, que pode ser recarregad­o – fique ligado no IOF. As principais agências de intercâmbi­o costumam oferecer condições especiais (como preços melhores para pagamento à vista, câmbio congelado ou parcelamen­to), e é mais fácil aproveitar as ofertas se você não tiver pressa.

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