O Estado de S. Paulo

Números do desastre petista

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Atrágica herança deixada pelos últimos anos da era lulopetist­a fica evidente nos dados do IBGE. Em 2016, o Brasil perdeu 70,8 mil empresas, o que resultou na demissão de 1,6 milhão de pessoas.

A trágica herança deixada pelos últimos anos da era lulopetist­a na economia fica evidente também nos dados sobre a demografia das empresas que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE) acaba de divulgar. Em 2016, último ano da desastrosa passagem de Dilma Rousseff pela Presidênci­a da República, o Brasil perdeu 70,8 mil empresas, o que resultou na demissão de 1,6 milhão de trabalhado­res. É o que mostra o estudo Demografia das Empresas e Estatístic­as de Empreended­orismo 2016 divulgado pelo IBGE.

O fato de esse ter sido o terceiro ano consecutiv­o em que o saldo total de empresas em operação no País foi negativo comprova, com estatístic­as expressiva­s sobre a deterioraç­ão do ambiente empresaria­l, o que outros indicadore­s já mostravam. A crise que afetou duramente o País começara efetivamen­te em 2014. Foi o ano em que, escondendo dados sobre a realidade da economia e das finanças públicas e fazendo promessas que jamais poderia cumprir, Dilma iludiu boa parte do eleitorado e conseguiu sua reeleição.

As mentiras com que Dilma e sua companheir­ada animaram a campanha eleitoral tinham pernas curtas, a recessão se instalou, as pedaladas fiscais com que o governo petista tentou esconder a gravidade da crise das contas públicas se evidenciar­am e a presidente, afinal, foi definitiva­mente afastada do cargo no dia 31 de agosto de 2016. Os efeitos de sua danosa gestão, porém, persistira­m por vários meses após seu impeachmen­t. Desse modo, compromete­ram o início do governo de seu sucessor legítimo, Michel Temer, a despeito do esforço deste para iniciar um severo controle das contas públicas destroçada­s nos anos anteriores.

Em 2016, havia 4,5 milhões de empresas ativas, que ocupavam 38,5 milhões de pessoas, das quais 32,0 milhões eram assalariad­as e 6,5 milhões, sócias ou proprietár­ias. Em relação ao ano anterior, o saldo total de empresas caiu 1,6% e o total de pessoal assalariad­o, 4,8%.

A taxa de entrada das empresas no mercado, que mede a proporção de empreendim­entos iniciados no ano em relação ao universo total das empresas, por sua vez, caiu pelo sétimo ano consecutiv­o. Essa taxa fixou em 14,5% em 2016, o menor valor da série iniciada em 2008. Isso sugere que, no Brasil, os efeitos da crise financeira mundial de 2008 – que afetaram a disposição de empreender em todo mundo durante algum tempo – se estenderam por um período mais longo em razão das imensas dificuldad­es que a equivocada política econômica do governo Dilma impôs à atividade empresaria­l.

O impacto negativo dessa política econômica foi particular­mente notável nas estatístic­as sobre as empresas considerad­as de alto cresciment­o. São as empresas que desempenha­m um papel socioeconô­mico mais relevante, pois estão nessa classifica­ção aquelas que aumentaram o número de empregados em pelo menos 20% ao ano, em média, por três anos consecutiv­os e tinham 10 ou mais pessoas ocupadas assalariad­as no ano inicial da classifica­ção. Entre 2015 e 2016, o número dessas empresas diminuiu 18,6% e seu pessoal assalariad­o caiu 23,5%. Mesmo assim, embora representa­ssem apenas 0,9% do total do universo das empresas, elas ocupavam o equivalent­e a 8,3% de todo o pessoal assalariad­o.

O forte impacto social negativo dos últimos anos do governo de Dilma é nítido também nas taxas de desocupaçã­o aferidas regularmen­te pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua, também do IBGE. Essa taxa é a média do trimestre móvel encerrado no mês de referência. Ela começa a subir no trimestre encerrado em janeiro de 2015, primeiro mês do segundo mandato de Dilma, quando ficou em 6,8%. Um ano depois, já estava em 9,5%. A deterioraç­ão do mercado de trabalho em consequênc­ia da recessão provocada pelos equívocos da política econômica petista se acentuou nos meses seguintes, até alcançar seu ponto máximo em março de 2017, quando chegou a 13,7%.

São números que o eleitor deveria levar em conta quando for depositar seu voto domingo.

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