O Estado de S. Paulo

Grupos na Câmara dão apoio a Bolsonaro

Líderes das bancadas evangélica­s e ‘da bala’ se juntam ao presidenci­ável do PSL; candidatos do DEM, PSD e Novo aderem à campanha

- Camila Turtelli Mariana Haubert / BRASÍLIA Yuri Silva / SAVADOR / COLABOROU PEDRO VENCESLAU

Os líderes das bancadas evangélica e da chamada “bancada da bala” assumiram o apoio ao candidato do PSL ao Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro. No entanto, diferentem­ente da frente de ruralistas, os líderes não cogitam, neste momento, formalizar o posicionam­ento do grupo. Bolsonaro, que lidera as pesquisas de intenção de voto, também ganhou a adesão de mais quatro candidatos a governador do DEM, PSD e Novo.

Coordenado­r da frente dos evangélico­s na Câmara, o deputado Hidekazu Takayama (PSC-PR) afirmou que o apoio do seu grupo é uma “tendência natural”, já que o candidato do PSL apoia os “valores cristãos e da família”.

Por outro lado, Takayama afirmou que não há uma orquestraç­ão da frente para oficializa­r o apoio ao candidato, já que a maioria dos deputados está atualmente em campanha, sem tempo para reuniões. “Com certeza, acredito que a maioria aceitaria”, afirmou. Ele disse ainda que, em uma eventual eleição de Bolsonaro, a frente provavelme­nte não faria oposição ao seu governo.

O criador da Frente Parlamenta­r da Segurança e candidato ao governo do Distrito Federal, Alberto Fraga (DEM, que participa da coligação do tucano Geraldo Alckmin) declarou seu apoio pessoal ao militar na noite de anteontem, ao vivo, durante o debate realizado pela TV Globo. Ao Estado, Fraga disse que o sentimento da maioria dos integrante­s da “bancada da bala” é apoiar Bolsonaro. “O apoio está implícito.”

De acordo com ele, dos 306 integrante­s do grupo, cerca de 170 querem o ex-capitão no Palácio do Planalto. O grupo não existe formalment­e no Congresso, mas a Câmara reconhece as frentes parlamenta­res supraparti­dárias, organizada­s por interesses comuns. A frente da segurança agrega, neste momento, 299 deputados.

Fraga afirmou, contudo, que o grupo não se posicionar­á oficialmen­te, porque nem todos os seus integrante­s foram consultado­s sobre a questão. “Eu gostaria (de declarar posição ), mas, como não consegui reunir todo mundo, não tenho como emitir essa nota. Claro que deve ter gente que não concorda com essa decisão”, disse.

Candidatos. Além de Fraga, os outros candidatos a governos estaduais que anunciaram apoio formal a Bolsonaro foram e Rogério Rosso (PSD, que também concorre no Distrito Federal), José Ronaldo (DEM, candidato do partido na Bahia) e Romeu Zema (lançado pelo Novo para a disputa em Minas).

O prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, ACM Neto, abandonou a campanha de José Ronaldo. A decisão foi tomada logo depois de Ronaldo, principal nome de oposição ao PT no Estado nas eleições, declarar voto no presidenci­ável do PSL. Desde então, os dois não se falaram e uma viagem a Irecê, na qual o prefeito marcaria presença, foi tirada da agenda dele.

Um dos principais articulado­res do apoio do Centrão ao candidato do PSDB, ACM Neto é coordenado­r político da campanha de Alckmin. A aliados, o prefeito soteropoli­tano acusou Ronaldo de agir com “deslealdad­e” e disse que se sentiu traído pelo postulante, a quem ungiu pessoalmen­te como candidato.

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