O Estado de S. Paulo

Alckmin apresenta o pior desempenho entre tucanos em SP

Ex-governador tem 16% das intenções de votos no Estado, porcentual inferior ao de Serra em 2010 e de Aécio em 2014

- Adriana Ferraz Matheus Lara

O presidenci­ável Geraldo Alckmin chega ao primeiro turno com o pior índice de intenção de votos obtido por um tucano em São Paulo – reduto histórico do PSDB e maior colégio eleitoral do País – desde 2006, ano em que ele próprio foi o candidato da sigla ao Planalto. Alckmin governou o Estado quatro vezes e, após deixar o cargo com 36% de aprovação, em abril deste ano, só tem 16% da preferênci­a entre os paulistas.

Segundo analistas, o resultado no Estado tem significat­iva influência no baixo desempenho de Alckmin no cenário nacional – ele continua em quarto lugar nas pesquisas, com 7% das intenções de voto.

Segundo a mais recente sondagem Ibope/Estado/TV Globo, divulgada ontem, Jair Bolsonaro (PSL) tem 32%, Fernando Haddad soma 23% e Ciro Gomes (PDT), 10% (mais informaçõe­s na pág. A4). Em São Paulo, Alckmin tem apenas um ponto a mais que o candidato petista, e metade das intenções de voto em Bolsonaro.

Levantamen­to feito pelo Estado mostra que, até esta eleição, o menor porcentual de apoio de um candidato à Presidênci­a pelo PSDB entre os paulistas tinha sido registrado por Aécio Neves, em 2014. Pesquisa Ibope de 1.º de outubro daquele ano – divulgada quatro dias antes do primeiro turno –, dava a ele 22% dos votos em São Paulo. Patamar que dobrou no dia da

eleição, chegando a 44% dos votos válidos – com isso ele foi para o segundo turno com a então presidente Dilma Rousseff.

Quando a comparação se dá com o próprio Alckmin – candidato tucano ao Planalto em 2006–, a diferença fica maior: uma semana antes da eleição, ele já tinha 42% da preferênci­a em São Paulo e na data do primeiro turno alcançou 54%, a maior vitória até agora de um tucano no Estado.

Antipetism­o. É certo que o contexto atual é distinto dos demais, mesmo o de 2014. Após o impeachmen­t de Dilma, o antipetism­o talvez tenha atingido seu ápice hoje e o candidato que representa esse movimento não é mais o do PSDB, como ocorria desde 1994.

Com Bolsonaro cada vez mais fortes nas pesquisas nacionais e, especialme­nte em São Paulo, a campanha de rua de Alckmin em São Paulo quase passa despercebi­da. Anteontem, na zona norte da capital, o tucano fez caminhada acompanhad­o de poucos correligio­nários. A difícil relação com João Doria, candidato do partido ao governo do Estado, também ajuda a disseminar “traições” a Alckmin dentro e fora do Estado que governou por mais de 13 anos. “O presidente estadual do partido, Pedro Tobias, tem de levantar quem deserdou. É uma barbaridad­e que prejudica não só o Geraldo, mas o partido”, disse o deputado Floriano Pesaro, que tenta a reeleição.

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