STF homologa parte de acordo de Valério
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, decidiu homologar parcialmente um acordo de colaboração premiada firmado entre o empresário Marcos Valério e a Polícia Federal. O ministro deixou de homologar trechos da delação que dizem respeito a processos penais já em tramitação na Justiça e também determinou a manutenção do sigilo da delação até um eventual recebimento de denúncia.
O acordo foi homologado por Celso de Mello porque diz respeito a práticas criminosas que teriam sido cometidas por autoridades com foro privilegiado perante a Suprema Corte.
Em sua decisão, assinada no dia 24 de setembro, Celso de Mello também determinou que os autos do processo sejam encaminhados à Polícia Federal, para que investigue as acusações feitas pelo colaborador. O ministro destacou que Marcos Valério entregou às autoridades policiais 60 anexos, descrevendo “práticas criminosas perpetradas por organizações criminosas infiltradas nos cenários políticos brasileiros”.
A delação de Valério aguardava uma definição de Celso de Mello há meses, depois que o plenário do STF deu aval para a PF fechar acordos de colaboração premiada, mesmo sem aval do Ministério Público.
Ao tentar fechar acordo com o MP, Valério fez acusações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que suas empresas foram utilizadas na arrecadação de caixa 2 para o P Teque Lula participo udas tratativas para compra de apoio de partidos no Congresso descoberta no episódio do mensalão.
Na ocasião, o delator também fez acusações contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), afirmando que suas agências foram usadas para pagamento de caixa 2 em favor do tucano. Os políticos negam irregularidades.