O Estado de S. Paulo

STF homologa parte de acordo de Valério

- Rafael Moraes Moura Fabio Serapião / BRASÍLIA

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, decidiu homologar parcialmen­te um acordo de colaboraçã­o premiada firmado entre o empresário Marcos Valério e a Polícia Federal. O ministro deixou de homologar trechos da delação que dizem respeito a processos penais já em tramitação na Justiça e também determinou a manutenção do sigilo da delação até um eventual recebiment­o de denúncia.

O acordo foi homologado por Celso de Mello porque diz respeito a práticas criminosas que teriam sido cometidas por autoridade­s com foro privilegia­do perante a Suprema Corte.

Em sua decisão, assinada no dia 24 de setembro, Celso de Mello também determinou que os autos do processo sejam encaminhad­os à Polícia Federal, para que investigue as acusações feitas pelo colaborado­r. O ministro destacou que Marcos Valério entregou às autoridade­s policiais 60 anexos, descrevend­o “práticas criminosas perpetrada­s por organizaçõ­es criminosas infiltrada­s nos cenários políticos brasileiro­s”.

A delação de Valério aguardava uma definição de Celso de Mello há meses, depois que o plenário do STF deu aval para a PF fechar acordos de colaboraçã­o premiada, mesmo sem aval do Ministério Público.

Ao tentar fechar acordo com o MP, Valério fez acusações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que suas empresas foram utilizadas na arrecadaçã­o de caixa 2 para o P Teque Lula participo udas tratativas para compra de apoio de partidos no Congresso descoberta no episódio do mensalão.

Na ocasião, o delator também fez acusações contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), afirmando que suas agências foram usadas para pagamento de caixa 2 em favor do tucano. Os políticos negam irregulari­dades.

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