O Estado de S. Paulo

HOSPITAL IMPROVISA POR FALTA DE INCUBADORA

‘Método canguru’ vem sendo usado para tentar reduzir mortalidad­e infantil

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Omaior hospital e maternidad­e da Venezuela está pedindo às mães para cuidarem de bebês prematuros sem gravidade por meio do contato pele a pele conhecido como “método canguru”. A adoção da medida ocorre em razão da falta de incubadora­s e equipament­os médicos.

Na semana passada, médicos do Hospital Concepción Palacios deram aulas para ensinar enfermeira­s e mães como manter recém-nascidos junto ao peito nu dentro de uma bolsa ou envoltos em panos.

Desde os anos 90, os pesquisado­res sabem que o método canguru é a maneira mais eficaz de reduzir a mortalidad­e infantil e melhorar o desenvolvi­mento de bebês prematuros e abaixo do peso quando não há risco de a criança morrer. O método é largamente usado em países como EUA, Noruega e Finlândia. No Brasil, ele é usado na rede pública e privada desde 1999.

Na Venezuela, no entanto, a medida é uma maneira de os hospitais públicos lidarem com a crônica falta de equipament­os, remédios básicos e a fuga de enfermeira­s e médicos para o exterior depois de cinco anos de crise.

Um médico do Concepción Palacios, que falou anonimamen­te à Reuters, disse que o hospital precisa de quase todo material básico necessário para tratar pacientes, como água, desinfetan­te, leitos e remédios.

Em 2016, o Ministério da Saúde registrou 11.466 mortes de crianças menores de 2 anos. De acordo com dados do governo, este número aumentou 30% no ano passado.

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MARCO BELLO/REUTERS - 13/9/2018 Contato. Joana Mendez com sua filha, Clara de los Angeles, na maternidad­e Concepción Palacios, em Caracas

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