Pela primeira vez, cinco times estão na disputa da taça
Com o maior número de líderes em uma mesma edição desde 2006 e alta pontuação, certame vê série de rodadas decisivas
Uma das mais disputadas edições do Campeonato Brasileiro de pontos corridos desde a temporada 2006, quando o torneio neste sistema adotou o formato com 20 clubes, caminha para uma sequência de rodadas duras e decisivas ao fim das quais se acredita que, enfim, o funil aperte para um ou dois favoritos ao título. No momento, a curta distância do quinto ao primeiro colocado não permite descartar nenhum dos postulantes.
Hoje, a tabela traz Palmeiras (53), Internacional (53), São Paulo (52), Grêmio (50) e Flamengo (49) vivíssimos no páreo. O time liderado por Felipão, que assumiu a dianteira no fim de semana, é o sétimo líder no ano, um recorde nas últimas 13 disputas. Até hoje, o máximo numa mesma edição eram seis.
Além do Palmeiras, já sentiram o gostinho de liderar a tabela e olhar para os rivais de cima para baixo o Flamengo (13 rodadas), São Paulo (oito), Internacional (duas), Atlético-MG, Atlético-PR e até o Corinthians (uma cada). “O campeonato ser equilibrado, é circunstancial. O que não é equilibrado é a pontuação elevada de vários times lá na frente. Por exemplo, a zona de Libertadores deste ano vai ser de elite. Muito clube que diz que vai chegar, não vai”, aponta o matemático Tristão Garcia, que atualiza no site Infobola, jornada a jornada, as chances de cada equipe ser campeã da competição nacional.
Agora, os números do matemático apontam o Palmeiras com 38% de possibilidades, seguido por Inter (34%), São Paulo (16%), Grêmio (8%), Flamengo (3%) e Atlético-MG (1%).
Pelas contas de Tristão, o campeão brasileiro deste ano deverá fechar a competição com 78 pontos. Já o número mágico a quem quiser garantir vaga direta na fase de grupos da Libertadores de 2019, ou seja, acabar o ano no G-4, é 68. Com 60, será provável carimbar lugar no G-6. Na parte de baixo da tabela, 45 deverá salvar quem luta para não cair para a Série B.
“Tudo isso pode ir mudando de acordo com o desempenho dos times”, pondera o especialista, que tem um cálculo especial aos interessados no caneco do Brasileiro: pelas suas contas, quem somar, em média, dois pontos por jogo, garante a taça. À essa altura, com 27 rodadas, o postulante ideal ao título precisaria estar com 54 pontos, exatamente um a mais do que Palmeiras e Inter. Ocorre que há mais gente próxima da meta, como o São Paulo (52), o que reforça a ideia de se estar diante de uma das edições mais equilibradas dos pontos corridos.
Decisivas. Exatamente por conta dessa briga acirrada no topo, as próximas quatro rodadas, recheadas de confrontos diretos, serão fundamentais para definir quem passará pelo funil e seguirá sonhando com a taça. Já neste fim de semana, o clássico entre Palmeiras e São Paulo, sábado, às 18h, no Morumbi, poderá resultar em nova troca de
posição na liderança, caso os anfitriões vençam e o Inter tropece diante do Sport, no Recife.
O Palmeiras será, por sinal, o time com mais rivais diretos pelo caminho nessa sequência. Fora o clássico de sábado, o time encara o Grêmio, na rodada seguinte, e o Flamengo, após o duelo com o Ceará.
O São Paulo faz duas “finais” seguidas: Palmeiras, em casa, e Inter, fora. “Estamos entrando na etapa final. Todas as partidas vão ser decisões. Temos 11 rodadas pela frente. É ter calma e acreditar no que podemos fazer, tentar ganhar o próximo jogo em casa para seguir na luta”, afirmou o técnico Diego Aguirre, após o empate com o Botafogo (2 a 2), no último domingo.
O Flamengo só enfrenta um oponente direto, o Palmeiras, daqui a três rodadas. Por outro lado, terá dois adversários complicados até lá: Corinthians, amanhã, em Itaquera, e o clássico carioca com o Fluminense.
Os gaúchos são, em tese, os concorrentes com o caminho mais “tranquilo” nessa série de quatro rodadas. O Inter recebe o São Paulo, e só. Ainda encara o Santos em casa e Sport e Vasco, fora de Porto Alegre. O Grêmio também só tem uma pedreira, contra o Palmeiras, e três rivais mais preocupados com a parte de baixo da tabela do que com voos maiores: Bahia, AméricaMG e Sport.