Boxe fica mais longe da Olimpíada
A permanência do boxe no programa dos Jogos Olímpicos pode ter ficado ainda mais difícil desde ontem, e por causa de uma decisão política: o empresário Gafur Rakhimov, do Usbequistão, foi anunciado como o único candidato nas eleições presidenciais da Associação Internacional de Boxe (Aiba), marcadas para o próximo mês, em Moscou. O problema é que Rakhimov é acusado de ser um grande traficante de drogas.
O dirigente é descrito pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos como “um dos principais criminosos do Usbequistão, ligado ao tráfico de heroína”. A jurisdição norte-americana proíbe qualquer cidadão do país a ter relações comerciais com o empresário. O Comitê Olímpico Internacional teve acesso a essas informações.
A presença de Rakhimov na direção da entidade de boxe só faz aumentar a crise que pode culminar com a retirada da histórica modalidade do programa olímpico. Em janeiro, o empresário assumiu interinamente a presidência da Aiba, no lugar do taiwanês C.K. Wu, destituído do cargo após serem constatadas fraudes financeiras sob seu comando na entidade. Desde então, o COI ameaça retirar o boxe dos Jogos de Tóquio.
Thomas Bach, presidente do COI, exige que a Aiba apresente mudanças e melhorias em sua gestão econômica e administrativa para que o esporte permaneça nos Jogos. Uma decisão deve ser anunciada em breve.
O boxe é modalidade olímpica desde os Jogos de Saint Louis, em 1904. O boxe já rendeu cinco medalhas olímpicas ao Brasil. A mais importante delas, de ouro, foi a última conquistada: pelo peso leve Robson Conceição, justamente, no Rio-2016.