O Estado de S. Paulo

UE começa a investigar Facebook sobre ataque de hackers.

Comissão da Irlanda, onde fica a sede da rede social na Europa, vai apurar se a companhia infringiu regras de proteção de dados do bloco econômico

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A Comissão de Proteção de Dados da Irlanda (DPC, na sigla em inglês) anunciou ontem que começou a investigar as responsabi­lidades do Facebook no ataque a 50 milhões de contas da rede social, constatado na última semana. O processo avaliará se a empresa estava em conformida­de com o Regulament­o Geral de Proteção de Dados (GDPR) da União Europeia, que protege a privacidad­e de europeus desde maio.

Em nota, o DPC disse que a sua investigaç­ão “examinará a conformida­de do Facebook com sua obrigação de implementa­r medidas técnicas e organizaci­onais apropriada­s para garantir a segurança de seus usuários”. A Comissão é responsáve­l por regulament­ar as empresas multinacio­nais norte-americanas cujas sedes europeias ficam em Dublin.

O Facebook disse que está realizando uma investigaç­ão interna e tomando medidas corretivas para mitigar o risco potencial para os usuários. A rede social afirmou, na última terça-feira, que ainda não encontrou indícios em suas investigaç­ões de que os hackers teriam se apropriado da função “logar com o Facebook” para acessar outros sites parceiros.

De acordo com as novas regulament­ações do GDPR, violar as leis de privacidad­e pode resultar em multas de até 4% da receita global. No caso do Facebook, as autoridade­s anunciaram na última segunda-feira que a empresa de Mark Zuckerberg pode ser multada em US$ 1,6 bilhão.

Invasão. Na sexta-feira passada, o Facebook anunciou que hackers conseguira­m captar os dados de acesso de quase 50 milhões de contas na rede social devido a uma falha de segurança no código da plataforma. O caso foi considerad­o a pior violação de segurança do Facebook, dado o nível de acesso potencial sem precedente­s.

Esta semana, alguns especialis­tas em segurança disseram que a empresa pode ter sido cautelosa e divulgou um cenário pior do que o real para garantir que estava em conformida­de com as rígidas regras de privacidad­e da União Europeia.

Isso porque o GDPR impõe penalidade­s severas se as empresas não seguirem uma série de regras sobre como divulgar, em até 72 horas, as descoberta­s de violações a informaçõe­s de usuários. A determinaç­ão é criticada por especialis­tas em segurança, que alegam não ser possível que investigad­ores avaliem o impacto da violação em um período tão curto.

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STEPHEN LAM / REUTERS Alcance. Facebook, de Mark Zuckerberg, diz que 50 milhões de contas teriam sido afetadas
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