Hydro Alunorte suspende 100% das atividades no Pará
Empresa operava com 50% de sua capacidade desde fevereiro, após denúncia por despejar rejeitos em rios
A Hydro Alunorte anunciou ontem a paralisação de suas atividades de extração de bauxita e produção de alumina no Pará. A empresa já operava com 50% de sua capacidade desde fevereiro, quando foi denunciada por despejar rejeitos de forma irregular em rios e riachos dos municípios de Barcarena e Paragominas. Sem um acordo para retomar plenamente suas atividades, decidiu interromper a produção. Não há previsão para retorno.
De acordo com a empresa, a retomada depende da liberação de uma segunda área de depósito de resíduos de bauxita (DRS2), que estava em teste em fevereiro, e de um novo sistema de filtro prensa. As duas estruturas estão embargadas, e a Hydro alega que a única área de depósito de resíduos em atividade (DRS1) está próxima de sua capacidade total, o que a obrigou a suspender as operações da mina já a partir de ontem.
“As operações (da mina) serão interrompidas de maneira segura, podendo se estender por uma semana até a parada completa do DRS1. Depois disso, os preparativos para a suspensão das operações na refinaria (para produção de alumina) levarão de 30 a 60 dias”, informou a companhia, que ainda não definiu como equacionará a situação de seus empregados.
Desde fevereiro, a refinaria e a mineradora deram férias coletivas para mil empregados para mitigar os impactos da redução das atividades. Em julho, a Mineração Paragominas suspendeu temporariamente os contratos de 80 trabalhadores cortou 175 posições terceirizadas. Ontem, as ações da companhia, listadas na Bolsa canadense, tiveram queda de 13%.
Em setembro, a companhia assinou dois acordos com o governo paraense e com o Ministério Público Federal (MPF). Segundo a empresa, nenhum deles está ligado ao fim do embargo do novo depósito e ao sistema de filtro. O Estado procurou o governo do Pará, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.