O Estado de S. Paulo

‘O maior barato é fazer as coisas com afeto’

- / L.C.M.

Como foi reencontra­r o diretor, 15 anos após ‘De Passagem’? Quando comecei a conversar com o Ricardo (Elias) sobre o filme, ele nem estava certo de que me queria no papel. Mas o mais bacana é que se trata de um filme sobre paternidad­e e, na época, a Júlia (Rezende, mulher do ator) estava grávida e eu me preparava para ser pai. A ficção e a realidade se alimentara­m e eu acho que as duas coisas terminaram por me fortalecer. O papel me preparou para a vida.

Como é ser dirigido pela mulher, o amigo?

Acho que é um dos baratos do cinema. Fazer as coisas com afeto. Júlia e eu demoramos para trabalhar juntos e, quando isso ocorreu, foi uma delícia. No set, ela é muito focada, mas em casa, como todo casal, quando a gente falava no trabalho, era muito enriqueced­or. E o Ricardo... Ambos estamos em outros momentos de nossas vidas, mais maduros. Foi ótimo.

Você tem incursiona­do muito pelo teatro.

É autor e diretor de uma peça com Luana Piovani (Ele Ainda Está Aqui), vai fazer uma peça com Emílio Dantas em Portugal...

Tenho feito esse intercâmbi­o, trazendo coisas de Portugal para o Brasil e levando coisas nossas para lá. Acho essa troca muito rica porque abrange nossas raízes, não só na colonizaçã­o, mas as africanas.

A representa­tividade está no centro do filme do Ricardo (Elias)...

E eu acho muito importante. Discutir as questões do negro, das mulheres, das minorias sexuais. Não construire­mos um país melhor se não houver respeito por todos.

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