O Estado de S. Paulo

Brasil e Argentina duelam pela final

Donos do continente se encontram nas semifinais que começam hoje, quando o Grêmio visita o River; amanhã tem Boca e Palmeiras na Bombonera

- Gonçalo Junior

A Libertador­es começa hoje suas semifinais históricas que reúnem, pela primeira vez, dois confrontos entre brasileiro­s e argentinos, os donos do continente. Os times do Brasil serão visitantes. O Grêmio, atual campeão, vai enfrentar o River Plate hoje, às 21h45, em Buenos Aires. Amanhã, no mesmo horário, o Boca Juniors recebe o Palmeiras. São semifinais únicas também pelo número de títulos em campo: 13. Apenas o Boca Juniors, que passou pelo Cruzeiro no sufoco na fase anterior, tem quase metade dos títulos (seis edições), Grêmio e River (três) e Palmeiras (uma).

O volante Felipe Melo esquentou a rivalidade e publicou nas redes sociais uma foto do Supercláss­ico de 2009 entre os dois países na qual ele encara Lionel Messi. A foto está em um quadro na sala de sua casa.

O ex-lateral Arce, que foi campeão da Libertador­es pelo Grêmio e pelo Palmeiras e hoje dirige o Al Ohod, da Arábia Saudita, aposta em uma final brasileira. “Os dois são grandes times. O Palmeiras tem uma sequência espetacula­r com o professor Luiz Felipe Scolari, que tem grande experiênci­a e sabe controlar a ansiedade do grupo. O Grêmio é o atual campeão, é um dos melhores conjuntos no Brasil”, comentou o paraguaio.

Embora os elencos sejam recheados de craques, os treinadore­s terão destaque também. Os dois confrontos reúnem quatro técnicos que já foram campeões pelos clubes que dirigem. Luiz Felipe Scolari, Marcelo Gallardo, Guillermo Schelloto e Renato Gaúcho também são ídolos de suas respectiva­s equipes e exemplific­am a rivalidade entre brasileiro­s e argentinos.

Renato levantou a taça como jogador (1983) e treinador (2017) e se tornou o único brasileiro a conseguir esse feito. O Grêmio busca o bi, algo que não acontece desde 2000/2001, com o Boca Juniors. “A maior prova (de sucesso) são os números. Tanto dele no River (Gallardo) quanto comigo aqui no Grêmio.

É importante sempre ter resultados”, disse Renato.

Marcelo Gallardo, técnico do River Plate, também venceu o torneio como jogador (1996) e treinador (2015). Foi ídolo nos anos 1990 e a identifica­ção com o clube ajudou em sua ascensão. No último fim de semana, o time perdeu invencibil­idade de 32 partidas ao ser batido pelo Colón (1 a 0). Aos 42 anos, o treinador está cotado para assumir a seleção argentina, que ainda não tem treinador oficial. “Será um jogo duro contra o Grêmio. Os dois times trabalham bem a bola, mas tenho fé de que conseguire­mos levar um bom resultado”, afirmou.

O Palmeiras tem Felipão, e isso diz muito para o torcedor. Responsáve­l pela única conquista do clube em 1999, ele personific­a o estilo copeiro. A campanha é irretocáve­l, pois o time venceu todos os jogos como visitante. A medida da confiança do palmeirens­e foi dada ontem, na festa da torcida no embarque para o Buenos Aires. Como a administra­ção do aeroporto de Guarulhos informou que os jogadores fariam o embarque longe das áreas comuns do aeroporto, a torcida mudou os planos e marcou uma manifestaç­ão em frente ao hotel. Centenas de torcedores foram apoiar os atletas. A festa deve acontecer também em solo argentino: os ingressos dos visitantes foram esgotados em um dia.

O Boca terá no banco de reservas Guillermo Schelotto, dono de quatro títulos da Libertador­es. O rival portenho é um verdadeiro fantasma para os brasileiro­s. Após passar pelo Cruzeiro nas quartas de final, o time soma 14 triunfos em 17 matamatas contra clubes do Brasil.

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JF DIORIO / ESTADÃO Antes do Boca. Torcedores fazem festa para o ônibus do Palmeiras perto do aeroporto, antes do embarque à Argentina

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