Bolsonaro insiste em onda anti-PT; Haddad, em Ciro
No final, candidato do PSL aposta na rejeição ao partido de seu adversário, que ainda tenta apoio do pedetista
Na antevéspera da eleição, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) usou o Twitter para tentar frear especulações em torno de possíveis nomes para seu eventual governo e reforçou o discurso antipetista no horário eleitoral. Ele prometeu, no entanto, fazer “um governo para todos”, caso seja eleito. Marca de sua campanha, Bolsonaro também recorreu às redes sociais para reiterar pedido de empenho de seus apoiadores na reta final da campanha. Ele quer
maior mobilização em busca de votos. O presidenciável do PT, Fernando Haddad, insistiu na pressão por uma manifestação mais contundente de apoio de Ciro Gomes (PDT). Ontem, o presidente do PDT, Carlos Lupi, disse que Ciro vai declarar voto e um apoio mais enfático ao presidenciável do PT. Em seu programa eleitoral, ontem, Haddad voltou a vincular Bolsonaro a tortura e violência e tentou falar ao eleitor “angustiado com o futuro do País”. O petista disse ainda que, se eleito, será o presidente “que constrói pontes”.
O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, usou ontem sua conta no Twitter para tentar frear especulações em torno de possíveis nomes para seu eventual governo, enquanto o presidenciável do PT, Fernando Haddad, insistiu na pressão para apresentar na véspera do segundo turno uma manifestação mais contundente de apoio de Ciro Gomes (PDT).
Bolsonaro lidera ainda com folga as pesquisas de intenção de voto. Nos últimos dias, porém, os levantamentos indicaram uma redução na vantagem do candidato do PSL sobre o petista. Divulgada na terça-feira passada, a pesquisa Ibope/Estado/TV Globo apontou diferença de 14 pontos porcentuais entre os dois. O Datafolha, divulgado anteontem, indicou uma diferença de 12 pontos porcentuais.
Marca de sua campanha, Bolsonaro recorreu às redes sociais para reiterar o pedido de empenho na reta final da campanha. Na noite de ontem ele fez um apelo em uma live transmitida no perfil de seu filho, o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), no Facebook.
“A pessoa, às vezes, vai fazer uma viagem, um churrasquinho na casa da sogra, não que isso não seja bom, mas vamos votar domingo para que a gente evite qualquer surpresa”, disse. “É um apelo que eu faço, vamos nos manter mobilizados, não temos nada decidido, nada ganho. Temos tudo para decidir as eleições no próximo domingo para levar o Brasil para a centro-direita”, acrescentou.
Diante da redução da vantagem de Bolsonaro na disputa presidencial, a campanha do PT passou a investir nos últimos dias no corpo a corpo. Grupos voluntários de eleitores de Haddad passaram a pedir votos nas ruas para o candidato petista. Entre os grupos estão artistas, que veicularam as ações na internet. O candidato do PSL ironizou o fato: “Só faltou eles botarem nos cartazes: eu não posso perder a Lei Rouanet”.
Pela manhã ele escreveu que “as eleições só serão definidas no domingo”. O presidenciável afirmou que outros nomes serão anunciados além de Onyx Lorenzoni para Casa Civil, o general Augusto Heleno para Defesa e Paulo Guedes para o Ministério da Economia – pasta que promete criar fundindo a Fazenda e o Planejamento. “Com intuito de se promover ou nos desgastar, oportunistas se anunciam ministros. Estes, de antemão, já podem se considerar fora de qualquer possível governo”, escreveu Bolsonaro na rede social.
Ataques. Na sequência, o candidato fez uma série de publicações atacando seu adversário no segundo turno. No dia anterior, o petista havia dito que Bolsonaro é responsável pela campanha mais “baixa” da história.
“Logo ele, que é orientado por um presidiário, esconde as cores do partido, finge ser religioso, joga Bíblia no lixo, esconde apoio à ditadura venezuelana e espalha um monte de porcaria mentirosa ao meu respeito.”
Bolsonaro escreveu ainda em resposta às acusações de que representa uma ameaça à democracia. O candidato disse que ninguém mentiu mais que o PT na eleição. “Represento uma ameaça sim, aos corruptos, à bandidagem, aos estupradores, aos esquemas que assaltam o BNDES, aos assassinos e aos que querem destruir o Brasil! Por isso estão desesperados! Não terão sossego em meu governo!”, afirmou.
Vídeo. Ontem, o presidente do PDT, Carlos Lupi, disse que Ciro Gomes – que disputou a Presidência pelo partido e terminou em terceiro lugar – vai gravar um vídeo declarando voto e um apoio mais enfático ao presidenciável do PT. “Ele (Ciro) já declarou (voto no Haddad), vai reforçar isso. Eu estou indo para o Ceará para conversar com o Ciro para saber como vamos fazer, mas que a gente vai fazer, vai. Não sei dá tempo para isso (fazer ato público ou subir no palanque), mas para a rede social nós vamos gravar um vídeo sobre isso”, disse Lupi.
Ciro voltou ontem ao Brasil, após passar quase todo o segundo turno na Europa. Em João Pessoa (PB), Haddad fez um novo aceno ao pedetista. “Sempre espero o melhor das pessoas, e eu sei que o Ciro tem muita coisa boa dentro dele”, afirmou. “Acredito que ele vai, agora chegando no Ceará, fazer um gesto importante pelo Brasil. Ele sabe que não é por mim, é pelo Brasil que fará esse gesto.”