Sindicato prega bom senso, mas defende posicionamento
O Sindicato dos Atletas do Estado de São Paulo entende que deve prevalecer o bom senso em relação a possíveis manifestações dos jogadores, entre elas as do campo político. A entidade acredita ser necessário respeitar as regras e também os contratos de imagem com os clubes. Mas defende que o atleta precisa saber o momento de se posicionar e defender seus interesses. “Ele precisa estar por dentro do que pode e do que não pode”, diz o vice-presidente do órgão, o ex-jogador Luis Eduardo Pinella.
Ele diz que o sindicato se preocupa com a atual falta de autonomia dos jogadores e atribui isso à presença intensa dos empresários na vida dos atletas. Isso levou a entidade a criar, em 2015, um curso gratuito de orientação de carreira. “Não dá para deixar tudo na mão dos empresários.”
Pinella passou pelo Corinthians na década de 80, em período de grande mobilização política nos clubes. Por isso, na opinião dele, é inadmissível hoje em dia ver um jogador terceirizar as responsabilidades. “O cara tem proposta de lugares do outro lado do mundo e diz apenas ‘meu empresário está vendo isso’. A vida vai mudar completamente e ele não se preocupa com isso?”
O lado financeiro, claro, tem que ser levado em conta, mas, na opinião de Pinella, o jogador precisa estar bem informado sobre o que pode acontecer em sua carreira. “Se algo der errado, não adianta culpar o outro. A culpa é exclusivamente dele.”