BOLSONARO TEM 54% DOS VOTOS VÁLIDOS E HADDAD, 46%
VANTAGEM DO CANDIDATO DO PSL CAI SEIS PONTOS EM RELAÇÃO À PESQUISA ANTERIOR
Na véspera da eleição presidencial, Jair Bolsonaro (PSL) tinha 54% das intenções de voto e Fernando Haddad (PT), 46%, segundo pesquisa Ibope/Estado/TV Globo. Em quatro dias, a diferença entre os candidatos caiu 6 pontos porcentuais – era de 14 e agora é de 8 pontos, considerando apenas os votos válidos, que excluem votos em branco e nulos, além de indecisos. A rejeição a Haddad subiu 3 pontos e agora está em 44%. A de Bolsonaro oscilou 1 ponto para baixo, chegando a 39%. A margem de erro é de 2 pontos para mais ou para menos. Ontem, Bolsonaro se manifestou em defesa da democracia e fez críticas ao adversário e à imprensa. Haddad recebeu o apoio do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa. Por outro lado, Ciro Gomes (PDT) disse que não vai se posicionar. Na campanha de segundo turno as propostas de governo foram soterradas pela disposição dos dois candidatos de acentuar os pontos negativos do adversário e estimular o medo nos eleitores. Os tradicionais slogans de esperança que marcaram as disputas pelo voto após a redemocratização (1985) foram substituídos por bordões que incluem as palavras “não” e “fora” acima de qualquer ideia, argumento ou proposição. Como consequência, quem quer que seja eleito hoje receberá um país polarizado e raivoso e terá como grande desafio unir os brasileiros em torno de um programa que possa encerrar a crise política, iniciada em 2015, e retomar o crescimento da economia. O ‘Estado’ ouviu autoridades, empresários, artistas e personalidades da sociedade civil sobre a necessidade de o eleito trabalhar para unir os brasileiros. Para o presidente Michel Temer (MDB), “não se pode, depois da eleição popular, continuar com divisões incabíveis”. Após ter sido cotado para concorrer ao Planalto, o apresentador de TV Luciano Huck prega “um esforço sobre-humano para conseguir uma conciliação, senão vão ser tempos muitos difíceis”.
Os eleitores brasileiros escolhem hoje um novo presidente da República, que terá a responsabilidade de conduzir o País pelos próximos quatro anos. A votação em segundo turno é o desfecho de uma disputa com superlativo grau de agressividade e incerteza. Pesquisa Ibope/Estado/TV Globo divulgada ontem mostrou Jair Bolsonaro (PSL) com 54% das intenções de voto, ante 46% de Fernando Haddad (PT). Em quatro dias, a vantagem do líder caiu seis pontos porcentuais – de 14 para 8 pontos. As taxas se referem aos votos válidos – excluídos os brancos e nulos, além dos indecisos.
Na véspera e último dia de campanha, Bolsonaro fez enfáticas manifestações de defesa da democracia e se disse um “escravo” da Constituição. Haddad recebeu uma declaração de voto do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, que chegou a ser cotado como candidato Palácio do Planalto pelo PSB, mas não conseguiu o mesmo de Ciro Gomes, presidenciável derrotado do PDT. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Ciro disse que não iria se posicionar para “preservar um caminho”.
A eleição presidencial de 2018 foi marcada por um ativismo nas redes sociais de alcance inédito e expôs um processo de fratura na sociedade brasileira. Cenário que impõe ao próximo mandatário o desafio de reconciliar a Nação em torno de um programa que encerre as crises política e econômica. Os finalistas da disputa, porém, marcaram suas campanhas pela tentativa de “desconstrução” do adversário, eufemismo para ataques mútuos e bordões que incluem as palavras “não” e “fora” – acima de qualquer proposta.
A votação em segundo turno ocorrerá hoje também em 13 Estados e no Distrito Federal. Em São Paulo, maior colégio eleitoral do País, a disputa pelo governo é a mais acirrada desde 1998, quando Mario Covas se reelegeu após batalha histórica contra Paulo Maluf. Agora, 20 anos depois, João Doria, do PSDB, e Márcio França, do PSB, chegam ao dia da votação em empate numérico.
Segundo a sondagem do Ibope/Estado/TV Globo divulgada ontem, ambos têm 50% dos votos válidos.