Na reta final, petista sobe e candidato do PSL cai, diz Ibope
Bolsonaro chega a 54% dos votos válidos; Haddad aparece com 46%; em 4 dias, vantagem encolhe seis pontos porcentuais
Na véspera da votação em segundo turno da eleição presidencial, Jair Bolsonaro (PSL) tem 54% das intenções de voto, ante 46% de Fernando Haddad (PT). Em quatro dias, a vantagem do líder na corrida pelo Palácio do Planalto caiu seis pontos porcentuais – era de 14 e agora é de 8 pontos. Os dados são de pesquisa Ibope/Estado/TV Globo.
As taxas se referem aos votos válidos – quando são excluídos do cálculo brancos e nulos, além dos indecisos. Considerados os votos totais, Bolsonaro tem 47% (queda de 3 pontos em quatro dias) e Haddad, 41% (crescimento de quatro pontos). Há, ainda, 10% dispostos a votar em branco ou nulo, e 2% de indecisos.
Há tendência de queda na preferência por Bolsonaro desde a primeira pesquisa Ibope/Estado/TV Globo do segundo turno, divulgada no dia 15 de outubro. Na ocasião, o deputado tinha 59% das intenções de voto, considerados os válidos. No dia 23, ele passou para 57% e, agora, para 54%. Já Haddad tinha 41%, foi a 43% e chegou a 46%.
O Ibope mediu também o potencial de voto de cada candidato. No quesito “não votaria de jeito nenhum”, a taxa de Haddad subiu três pontos e está em 44%. Já a de Bolsonaro oscilou um ponto para baixo e foi a 39%.
Os que declaram que “com certeza” votarão em Bolsonaro passaram de 37% para 39% em quatro dias, enquanto as taxas de Haddad foram de 31% para 33%. Os que dizem que “poderiam votar” são 10% no caso do candidato do PSL e 12% no caso do petista. Na pesquisa anterior, as taxas eram de 11% e 12%, respectivamente.
Além da pesquisa nacional, o Ibope divulgou levantamento feito só com eleitores paulistas, que mostra Bolsonaro com ampla vantagem: 62% a 38%. Em relação à pesquisa anterior, o candidato do PSL oscilou dois pontos para baixo, e o petista, dois para cima.
Na pesquisa nacional, o Ibope entrevistou 3.010 pessoas nos dias 26 e 27 de outubro. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95% – há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem o atual momento eleitoral. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o protocolo BR-02934/2018.
Reta final. Ontem, na véspera do segundo turno, Bolsonaro se manifestou em defesa da democracia, numa tentativa de reagir às acusações da candidatura adversária de que sua eleição representaria um risco para os fundamentos do sistema político.
Em vídeo transmitido ao vivo durante cerca de 20 minutos no Facebook, o candidato do PSL fez críticas ao adversário e à imprensa. Ao falar sobre governabilidade, disse que não vai ceder ao “toma lá dá cá” de cargos em uma eventual gestão e afirmou ser um “escravo” da Constituição. “O que está em jogo não é democracia, é a perpetuação dessa máquina podre que temos aí que vive da corrupção, para tirar de vocês atendimento médico, educação, segurança.”
Já a campanha petista contabilizou uma boa e uma má notícia. O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que chegou a ser cotado como candidato ao Palácio do Planalto pelo PSB, declarou voto no petista. Ciro Gomes (PDT), por outro lado, disse que não vai se posicionar neste momento para “preservar um caminho” para que a população possa ter “uma referência”.
Em sua conta no Twitter, Barbosa – ex-relator do processo do mensalão, que condenou dirigentes do PT – escreveu: “Pela primeira vez, em 32 anos de exercício do direito de voto, um candidato me inspira medo. Por isso, votarei em Fernando Haddad”.
À noite, também no Twitter, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot anunciou que vai votar, por exclusão, em Haddad. Janot negou qualquer vinculação política e não citou o nome de Bolsonaro na publicação.