O Estado de S. Paulo

‘Quero que o Estado seja amigo de quem trabalha’

Candidato do Novo pretende simplifica­r a lei para o empresaria­do, privatizar estatais e ‘profission­alizar’ gestão

- / J.C.

Romeu Zema, candidato do Novo ao governo de Minas, tem como bandeira a simplifica­ção da legislação estadual para facilitar os negócios. A seguir, os principais trechos de entrevista:

Se eleito, qual será a principal diretriz do seu governo?

Quero que o Estado seja amigo de quem trabalha, e não inimigo, como é hoje. Minas Gerais tem, de longe, a maior e mais complexa legislação do Brasil, e o mesmo se estende para a regulament­ação sanitária e ambiental.

• O sr. foi muito criticado pelos adversário­s por propostas que não poderiam ser executadas por serem inconstitu­cionais, como, por exemplo, o fatiamento da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

No caso das estatais, o valor que elas têm de mercado é muito pouco representa­tivo diante do déficit público de Minas. Uma eventual venda estaria longe de resolver o déficit. Se o Estado não puder privatizar como eu quero, que ao menos vá diluindo a sua posição e colocando uma gestão totalmente profission­al, até que a Constituiç­ão mude e a empresa seja passível de venda.

O Novo elegeu três deputados estaduais. Como o sr. pretende governar com pouco apoio na Assembleia Legislativ­a?

Minha eleição sinalizará para os 77 deputados que a população quer mudança. Estarei dialogando com cada um deles individual­mente, procurando conhecer o que cada um tem de problema, da

Nunca fui político, é a minha primeira eleição. A minha função é oxigenar esse sistema tão fechado que, antes de tudo, parece privilegia­r apenas o continuísm­o.” Romeu Zema CANDIDATO DO NOVO

sua região. Não quero levar para a Assembleia práticas de “balcão de negócios”. Vai ser difícil, mas não impossível.

• O que significa ser o único candidato do Novo com chances de vencer as eleições para governador no Brasil?

Uma responsabi­lidade muito grande e a chance do Novo mostrar a que veio. Vamos usar esse meu provável futuro governo em Minas para mostrar que aquilo que pregamos é factível e dá resultado.

• Na sua opinião, o que a sua vitória pode representa­r para os movimentos de renovação política?

Eu nunca fui político, é a minha primeira eleição. A minha função é oxigenar esse sistema tão fechado que, antes de tudo, parece privilegia­r apenas o continuísm­o.

• Pesquisas indicavam que o sr. não passaria para o segundo turno e agora mostram o sr. bem à frente na disputa. A que atribui essa virada?

A um trabalho muito mais intenso que o dos outros candidatos. Nenhum visitou tantas cidades, rodou tantos quilômetro­s. Isso fez com que eu atingisse 6% e participas­se de debate, iniciando o cresciment­o.

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