O Estado de S. Paulo

Tucano de 33 anos é favorito no RS

Sartori, do MDB, tenta inédita reeleição pregando voto ‘sartonaro’; mas Leite (PSDB), ex-prefeito de Pelotas, tem vantagem nas pesquisas

- Filipe Strazzer

O eleitor gaúcho decidirá hoje se terá um governador reeleito pela primeira vez ou se o escolhido será o mais jovem desde a redemocrat­ização. Nos últimos dias, José Ivo Sartori (MDB) e Eduardo Leite (PSDB) trocaram acusações, disputaram quem é mais antipetist­a e buscaram votos dos apoiadores do presidenci­ável Jair Bolsonaro (PSL).

Ontem, na última pesquisa Ibope de intenção de votos do segundo turno, Leite tinha 57% dos votos válidos – era 60% na pesquisa anterior – e o emedebista foi de 40% para 43%.

Sartori tenta ser o primeiro governador reeleito do Rio Grande do Sul. Para isso, o “gringo” – apelido alusivo a suas origens italianas – defende ajuda federal ao Estado para amenizar a crise fiscal e conseguiu aprovar na Assembleia Legislativ­a medidas como a previdênci­a complement­ar para o funcionali­smo e a Lei de Responsabi­lidade Fiscal Estadual. Ele já foi vereador, deputado estadual e federal, prefeito de Caxias do Sul e ocupa, desde 2015, o governo do Estado.

O emedebista enfrenta alta rejeição à sua administra­ção: 36% dos eleitores não votariam em Sartori, segundo pesquisa Ibope de ontem. Essa taxa está relacionad­a principalm­ente ao aumento da violência e aos mais de 30 meses de salários parcelados no funcionali­smo, mas também à ascensão de Leite, seu adversário.

O tucano de 33 anos saiu de 8% de intenções de voto em pesquisa Ibope divulgada no mês de agosto para a liderança no segundo turno. Leite defende, entre outras medidas, a “melhor gestão” dos recursos públicos e a renegociaç­ão do acordo com o governo federal. O tucano foi vereador e, em 2012, elegeu-se o prefeito mais jovem da história de Pelotas, com 27 anos. Não disputou novamente o cargo por afirmar ser contra a reeleição.

Neste segundo turno, as acusações se intensific­aram e tiveram como palco os debates e o horário eleitoral. Leite cobrou Sartori principalm­ente pela “lentidão” em medidas para conter a crise fiscal no Estado e combater a violência. Já o governador atacou o tucano em questões ligadas à “falta de experiênci­a e de coerência”. Ambos chegaram a associar o adversário ao PT.

Pela primeira vez em 28 anos, o PT ficou de fora da disputa do segundo turno gaúcho. Ainda houve o “fator Bolsonaro”. Com a boa votação do candidato do PSL no Estado (52,6%), Leite e Sartori declararam apoio ao presidenci­ável na tentativa de conseguir seu eleitorado, mas de maneiras distintas. Leite dizia que seu apoio se dava “com ressalvas” e Sartori “colou” sua imagem em Bolsonaro e pregou o voto “sartonaro”.

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